(XICO SÁ, O Genial)
Alguns acontecimentos arredondaram o futebol neste final de semana de muitos jogos:
- Mais uma vez tentaram colocar a culpa no David Luiz e a culpa foi só do Jefferson, que, ao final, puxou para ele próprio a falha do gol. Displicência.
- Criaram um fantasma para a seleção. O Brasil não joga sem o Neymar. Verdade das mais verdadeiras. Assim como a Argentina inexiste sem o Messi. Azar de quem não tem produto igual.
- Com a CBF na prisão ou de tornozeleira eletrônica, pra que o Dunga com aquele mau humor contra o mundo? Alguém é culpado pela não realização de pelo menos uma jogada ensaiada? A única foi a do Barcelona entre Dani Alves e Neymar. Gol do Brasil. Um gol espanhol.
O Brasil ganhou do Peru por 2×1 e o único que saiu com uma tirada das mais geniais, como ele próprio, foi o sensacional Xico Sá. Ele disse que foi assim, de joguinho em joguinho, que chegamos ao 7×1, na semi-final da Copa do Mundo de 2014, contra a Alemanha. Vejamos alguns passos para darmos o Diploma de Treinador do Ano para o Xico Sá.
- Em dezembro de 2011, na Final do Campeonato Mundial de Clubes, em Tókio, o Santos Futebol Clube, indiscutivelmente o melhor time do Brasil à época, pegou um banho de futebol do Barcelona, culminando com um elástico 4×0, o que levou o Neymar a dizer, na entrevista coletiva, uma frase emblemática: “Hoje, aprendemos a jogar futebol com o Barcelona”. Os craques aprenderam, mas os dirigentes e treinadores não levaram em consideração o alerta de Neymar.
- Barcelona 8 x 0 Santos, Troféu Joan Gamper, dia 08 de agosto de 2013. Que desgosto! Um treino de luxo contra o melhor time do Brasil. Não fizeram mais porque não quiseram, assim como os alemães no 7×1. Nenhum brasileiro duvida. O pior dos 7×1, é que todos sabemos que os nossos craques não tiveram a mínima culpa na desarrumada seleção e não fazemos nada para mudar a direção.
Estamos vendo um Brasil se exibir, pelas jogadas do melhor do mundo que é o Neymar, e sempre nos perguntamos: E se ele se contundir? Não tenhamos dúvidas, ficaremos só com os pés, sem o cérebro.
Eu não acredito que no meu Brasil de transformações mil não exista um grupo de adoradores do futebol que não se manifeste contra essa imensa legião de treinadores que não tiveram a oportunidade de estudar, pois estavam jogando futebol, e querem ensinar os nossos craques que estão na Europa, com aqueles que estão com as universidades e experts ao lado com as melhores práticas e táticas.
Vejamos o nosso voleibol. Nas Olimpíadas de Seul, perguntamos ao Nuzman porque das nossas jogadas estarem todas marcadas. Ele respondeu: Não temos o programa, eles têm. E por que não compramos ou fazemos o nosso programa? Porque eles não vendem e porque não temos capacidade para fazer. É tudo no empirismo e na vontade dos nossos craques.
Dois anos depois, Renan e outros estudiosos já estavam com o programa desenvolvido e os resultados são esses que vemos hoje. O canhão de saques e a dança nos treinos para fintas e outros dribles do voleibol, são invenções nossas. Alguém vê capacidade no Felipão, no Doriva, no Luxemburgo, no Levir Culpi ou no Leão para desenvolver qualquer programa ou algo tão genial como o 3-4-3 do Zizinho para 1958? Ou alguém acha que Nilton Santos e Djalma Santos eram os clássicos laterais da época? Eram alas já disfarçados no que o Mestre Ziza já preconizava.
Infelizmente, nossos treinadores são ex-jogadores, como estamos cansados de saber e conviver, não tiveram tempo para estudar.
A derrota de 1×0 para a Colômbia é uma demonstração do óbvio.
Vamos levar mais goleadas se não formos atrás da ciência e da tecnologia, afastando para sempre o analfabetismo.
Roberto Caminha Filho, economista e nacionalino, detesta a burrice e o mau humor dos Dungas.