Tema recorrente e conteúdo muito prestigiado na sociedade moderna, principalmente nas sociedades de Regimes Democráticos. O conceito filosófico foi por primeiro, que se tenha informação, tratado por Aristóteles em seu livro Metafísica. Ao tratar das Formas do Movimento, em cujo estudo classifica quatro formas entre elas o Movimento da Substância, que por sua vez se constitui de Geração e de Corrupção, que atuam em sentidos contrários, a Geração no sentido de atualizar as possibilidades de formas da Substância e, a Corrupção no sentido de desatualizar as formas, como sugere o conceito. Parece que estamos falando da corrupção em acepção de nossos dias, das deformações dos tratados éticos e formais que supostamente deveriam presidir o comportamento e as atitudes dos personagens que ocupam os cargos políticos ou de influência na sociedade.
Quando escrevemos com certo cuidado e com a coerência da racionalidade e com a responsabilidade de não incorrermos em contradição com a boa literatura dá-se à impressão de que estamos investidos de Arautos da Moralidade, e nesse sentido adverte-se que não é essa pretensão, ao contrário, escreve-se na busca de atingir pessoas que possam contribuir com o debate sempre com o objetivo de se estar fazendo pedagogia, quer dizer, fazendo com que tantos quantos possam participar do tema e com ele contribuir. É, a propósito, uma atividade geracional, dando formas de atualização ao entendimento. Ainda sobre essa perspectiva resgatamos a assertiva de Jean Paul Sartre, quando escreveu sobre a Liberdade,
“O homem está condenado a ser livre”, nada mais ilustrativo. A liberdade do homem implica escolher o bem. Quando se faz essa escolha para si, faz-se também para o outro, isso é uma espécie de desígnio, a pedagogia solidária. O leitor pode até cogitar dos corruptos, dos traficantes em geral, que escolhem a forma de se dar bem sem se preocupar com os outros, mas aí está presente a corrupção, aí está presente não a busca honesta do bem, mas a má fé.
A Corrupção, como tal, é contemporânea do mundo. Esteve e está presente na natureza, no seu próprio movimento, na sua dialética; está presente na sociedade humana e, no universo da sociedade, faz parte do incessante movimento de Geração e de Corrupção. Portanto, algo que se tem que tratar com a força social que se coloca na busca dessa solidariedade, dado que quando nos deparamos com corrupção dos direitos sociais, dos recursos financeiros desviados da gestão pública estamos diante de pessoas de má fé, como pensara Sartre.
É fato, pois, que a Corrupção ganhou relevo, aprimorou seus métodos e ficou cínica. Os grandes corruptos são pessoas de grande influência, figuras que ostentam posições de destaque quando autoridades constituídas e, de outro lado, de grandes empresários.
No Brasil, assiste-se a uma imensa crise institucional decorrente de verdadeiros espetáculos de corrupção envolvendo expoentes do mundo político, homens aparentemente éticos e um time de empresários dos mais conceituados do Brasil.
O requinte dos métodos é fantástico, de dimensão internacional. Redes, tal como a economia, que também se globalizaram com negócios estratosféricos aos olhos de criaturas comuns, envolvendo negociatas criativas e Bancos famosos do mundo.
A população comenta jocosamente, mas profundamente envergonhada, decepcionada e desesperançosa. É um verdadeiro ceticismo. A corrupção é criativa e atraente, permeante em espaços quase inimagináveis, como nos negócios e negociatas do Futebol.
Outra característica da Corrupção é a conspiração, a grande rede segue, com muito mais requinte, a trilha da Máfia, espraia-se silenciosamente pelas instituições, numa certa dissimulação da autoridade e da Lei.
Sem mais estender e sem exaustão do tema e de tantos exemplares clássicos estampados pela imprensa, a Corrupção no nível em que se pratica hoje no Brasil nos avilta, com a falta de segurança, com a falta de confiança nas autoridades e no Estado.
É um estado de Anomia crescente!