Por Henderson Martins, da Redação
MANAUS – A Corregedoria-Geral da Polícia Federal recebeu, nessa quinta-feira, 24, documentos sobre o processo de investigação que envolve os senadores Omar Aziz (PSD) e Eduardo Braga (MDB), ambos do Amazonas. O processo ocorre no âmbito da Operação ‘Lava Jato’. Os senadores são investigados em um possível esquema fraudulento de recebimento de propina na construção da Ponte Rio Negro, em Manaus.
O recebimento dos documentos ocorre 21 dias após o relator da ação no STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Alexandre de Moraes, autorizar o pedido de prestação de depoimentos por empregados da empreiteira Camargo Corrêa.
No dia 28 de abril, o ministro prorrogou por mais 15 dias o prazo do inquérito de investigação e determinou que no mesmo prazo a PGR (Procuradoria Geral da República) se manifeste sobre as referidas informações que não foram juntadas aos autos. Alexandre de Moraes pediu, ainda, que a PF explique no que consistiu a “recusa” em depor dos investigados. Ainda no dia 28, a Procuradoria Geral da República foi intimada sobre a decisão.
O processo é baseado em delação premiada de Luiz Eduardo da Rocha Soares, ex-executivo do Grupo Odebrecht. Ele revelou que existia um esquema para pagamento de propina aos ex-governadores do Amazonas. O repasse de dinheiro foi de R$ 1 milhão, segundo Luiz Eduardo Soares.
De acordo com o relatório, após a eleição de Eduardo Braga ao cargo de Senador da República, as solicitações de pagamentos passaram a ser feitas por José Lopes, empresário supostamente ligado ao então governador do Estado do Amazonas, Omar Aziz. Todos esses pagamentos teriam como objetivo o favorecimento do consórcio, integrado pela Camargo Corrêa e Construbase, no que se refere à construção da ponte.
Omar Aziz afirmou que espera que a verdade prevaleça sobre o caso e que está tranquilo quanto à investigação, pois nada foi encontrado até agora contra sua administração no Estado. Já Eduardo Braga também afirmou que confia na Justiça e que o STF deve esclarecer os fatos.