Da Redação
MANAUS – O tenente-coronel da reserva da Polícia Militar do Amazonas, Clécio de Sales, pediu desculpas ao governador do Estado, Amazonino Mendes, por xingamentos feitos nas redes sociais. Na gravação, o policial critica a contratação de consultoria sobre segurança pública do ex-prefeito de Nova Iorque Rudolph Giuliani. O Estado vai pagar R$ 5,6 milhões pelo serviço.
Em entrevista ao ATUAL, nesta sexta-feira, 29, Clécio de Sales afirmou que a contração é “improbidade administrativa” e pediu que o governador cancele o contrato com a empresa norte-americana Giuliani Security & Safety. O negócio é investigado pelo MP-AM (Ministério Público do Amazonas).
“Governador, eu quero lhe pedir desculpas por ter chamado palavrão. Quero lhe dizer que todo útero é digno, é divino, e quem é concebido por ele é tão divino quanto esse útero. O que torna o homem em caminhos errados é a influência do meio”, disse.
Sou contra a contratação do Giuliane, porque eu penso que isso é improbidade administrativa, é malversação do dinheiro público.
Sales questiona o relatório prévio apresentado pela empresa de Rudolph Giuliani, na última quarta-feira, em Manaus, em que aponta como um dos principais problemas da falta de segurança em Manaus o pouco combate ao narcotráfico na fronteira do Estado.
Segundo o coronel, os dados que constam no relatório de Rudolph Giuliani já foram apresentados em 2009 durante reunião de tenentes da PM. Para ele, os problemas da segurança pública do Amazonas podem ser resolvidos por profissionais amazonenses, mas é necessário mais investimentos.
“O que a gente fica indignado é que as soluções estão postas, escritas, nos anais da Polícia Militar. Eu provo que todas as soluções para os nossos problemas estão no conhecimento dos especialistas que estão aqui. Mas nenhum especialista do mundo vai resolver o problema sem dinheiro”, afirmou.
O que a gente fica indignado é que as soluções estão postas, escritas, nos anais da Polícia Militar. Tudo o que é necessário para melhorar isso tá escrito.
Para o coronel, a contratação da empresa de Giuliani pode ser considerada improbidade administrativa e malversação do dinheiro público. “Cancela esse contrato, manda o Giuliani pra terra dele e convoque uma reunião com todo o sistema de segurança pública. Vamos para um debate mostrar quais são as soluções. Mas não adianta o governador ir pra uma reunião como ele foi com os capitães e tenentes em 1999 e querer aplicar 10% do que se pensa”, disse, no fim da entrevista.
O que eu quero é que o Ministério Público cancele esse contrato com esse americano.