Nos últimos anos, desde a investigação das obras fantasmas do Alto Solimões, no governo de Eduardo Braga (PMDB), em 2008, não se vê o Ministério Público do Estado (MP-AM) promover uma investigação de grande vulto em obras e/ou serviços prestados à administração pública na capital ou interior do Amazonas. Com raras exceções, o que se tem visto são aberturas de inquéritos para apurar denúncias que incomodam muito pouco quem está no poder, um comportamento bem distinto do MP-AM de uma época em que seus promotores e procuradores ganhavam as páginas dos jornais quase diariamente. É nesse vácuo deixado pelos órgãos de controle (não é só no MP-AM que a inércia predomina), que o Conselho Regional de Economia (Corecon/AM), uma entidade de classe, decidiu agir: anunciou que vai analisar os projetos e obras da prefeitura e governo do Estado. O primeiro alvo é a obra da ciclovia da Avenida Boulevard Álvaro Maia, cujo contrato com da prefeitura com a empresa responsável é de R$ 22,8 milhões, apesar de a gestão de Arthur Virgílio Neto afirmar que foram gastos apenas R$ 440 mil na ciclovia. O Corecon/AM prometeu fazer um levantamento econômico do material usado na obra e garantiu entregar um relatório em 120 dias.
Morosidade
O caso “obras fantasmas do Alto Solimões” até hoje não foi julgado pelo Judiciário amazonense. Rememorando: o Governo do Estado, há sete anos, pagou R$ 18 milhões à empresa Pampulha Construções e Montagem Ltda. por uma série de obras de infraestrutura viária não realizadas em municípios do Alto Solimões. Na época, a promotora de Justiça Silvana Nobre ingressou com ação civil pública, que foi parar nas mãos da juíza Etelvina Braga. O processo foi desmembrado para as comarcas, porque tinha como denunciados prefeitos dos municípios, mas até hoje está parado nos escaninhos da Justiça.
Pulando a cerca
Circulou, ontem, nos corredores da Assembleia Legislativa do Estado (ALE), a informação sobre uma lista de políticos que assinaram a filiação antecipada à nova legenda que o senador Omar Aziz (PSD) tenta criar, o Partido Liberal (PL), para posterior fusão com o PSD. Na lista estavam Platiny Soares (PV) e Belarmino Lins (PMDB) e o ex-deputado Miguel Carrate (atual PV). A ideia do PL é juntar descontentes com mandatos sem a perda do cargo por infidelidade partidária.
‘Não é conosco’
O presidente estadual do PT no Amazonas, Valdemir Santana, depois da divulgação da informação de que estava se mobilizando para tentar entender os motivos da exoneração de José Nagib da Silva Lima do cargo de superintendente ajunto de Planejamento da Suframa, disse que o assunto não diz respeito ao PT-AM, mas ao PT-Roraima. “Deve ter sido uma decisão do partido de Roraima”. Detalhe: o próprio Nagib foi pego de surpresa com a demissão.
Jogo duro
O ex-deputado Marcelo Ramos (PSB) está jogando pesado com a presidente estadual recém-nomeada do PV, Eliane Ferreira, para se tornar um dos ‘manda-chuvas’ da legenda. Em recente conversa durante o almoço em uma peixaria, Ramos insinuou que o PV poderia até sair com uma chapa ‘puro sangue’ nas eleições à Prefeitura de Manaus em 2016, onde a dirigente seria vice do ex-parlamentar.
Arrumados
Na Câmara Municipal de Manaus, os funcionários do gabinete do vereador Sildomar Abtibol (PROS) não conseguiram conter a alegria com a informação de que o parlamentar irá assumir a Semjel. Ontem, eles chegaram a informar nos corredores que já estavam com tudo pronto e que só faltava o prefeito Arthur Neto (PSDB) chamá-los.
Debandada geral
Filiados do PMDB, partido do senador licenciado pelo Amazonas, Eduardo Braga, contaram, nesta segunda-feira, 23, 78 dias sem a presença de seu líder no Estado. No partido já se fala em debandada dos filiados sem mandato para o PROS de José Melo e para o PSD de Omar Aziz como forma de represália.