Por Daisy Melo, da Redação
MANAUS – O comércio de Manaus irá contratar 78,5% a menos nesse período do Dia das Mães em comparação aos anos de estabilidade econômica. Para a data comemorativa deste ano, a expectativa é da abertura de apenas 150 vagas em todo o setor lojista. Apesar do índice baixo, a CDL Manaus (Câmara dos Dirigentes Lojistas de Manaus) informou que incentiva a contratação e trabalha em uma campanha que chama de ‘onda de otimismo’ para a retomada das vendas, segundo o presidente da CDL, Ralph Assayag.
“Cento e cinquenta pessoas contratadas é muito pouco. Vão ser temporárias, irão trabalhar 30 dias, provavelmente vão sair depois”, disse Assayag. Conforme o empresário, diferente dos anos anteriores, a efetivação de trabalhadores após o período de serviço temporário segue o ritmo da crise. Poucos são efetivados. De acordo com Assayag, no período de 2010 a 2014, a média de vagas abertas no comércio de Manaus para o Dia das Mães chegava a 700. O número caiu para 300 em 2015 e para 160, no ano seguinte.
Para ocupar as poucas vagas oferecidas, o comércio tem exigido mais dos candidatos. “É preciso ter segundo grau completo, informática, experiência como vendedor, atendente e faculdade. É outro nível. Estamos trabalhando em cima disso. É muito pouca gente e as exigências são maiores. As pessoas têm que ser melhores do que as que estão lá”, disse.
Otimismo
A contratação, por menor que seja, ajuda nas vendas, conforme Assayag. “Quem não contratar não vai vender. Contratando, a gente começa a vender porque todos recebem seus salários e começam a comprar”, disse. Segundo ele, os lojistas têm receio de contratar, não vender e ter que arcar com os custos trabalhistas da contratação. “Mas estimulamos a contratar porque a probabilidade das vendas acontecerem é grande, as pessoas se empolgam”, disse.
Política
Assayag disse que isso colabora para uma “onda otimismo” que visa mais um passo para a consolidação da recuperação econômica no último trimestre do ano. Apesar desse esforço do setor, o presidente da CDL Manaus ressalta que a instabilidade política dificulta esse processo. “Esse é um grande problema nosso, a relação com a Prefeitura, com o Governo, não sabemos nem quem é o governador do Estado, ninguém acredita em fazer investimento desse jeito, não sei com fica, o investimento fica no banco, é mais seguro”, afirmou.
Em termos de inadimplência, os dados também são otimistas. Em abril, o índice caiu de 4,5% para 4,2% e a expectativa também é de queda para maio, de acordo com Assayag. “Teve uma pequena queda com a saída do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), e a previsão desse mês de maio é que tenha queda pelo que estamos vendo de pagamento, é um caminho bom, porque voltam a ter credito para comprar de novo”. Surfando nessa “onda de otimismo”, a CDL divulgou recentemente que aposta no crescimento de 2,5% das vendas nesse período.