Da Redação
PORTO VELHO – Na política, o discurso foi de formar uma frente de governadores da Região Norte em defesa da ZFM (Zona Franca de Manaus). Na economia, a aprovação de 40 projetos industriais e serviços no valor total de US$ 339,6 milhões para implantação em três anos com projeção de gerar 885 empregos diretos. Na 281ª Reunião Ordinária do CAS (Conselho de Administração da Suframa), nesta quinta-feira, 14, em Porto Velho (RO), o governador de Rondônia, Confúcio Moura (PMDB), anfitrião do encontro, anunciou a formação da frente de defesa da ZFM e pelo descontingenciamento de verbas para serem utilizadas em ações de desenvolvimento regional.
“Quero expressar a minha saudade da velha Suframa, da época em que ela podia investir na região. Uma época boa para os municípios, boa para as universidades. Hoje, fazem conta para dizer que a ZFM está obsoleta. Não contabilizam o sequestro de carbono, o valor da floresta preservada. Todos nós, da região, devemos defender a ZFM como se morássemos em Manaus. Quero dizer que sou ZFM. Sou Suframa”, disse Confúcio Moura. “O contingenciamento dos recursos da Suframa fere de morte muitos municípios carentes da região. Essa união dos governadores é para lutar contra isso. Vou lutar essa luta porque ela é justa e necessária”, completou.
O ministro substituto da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Marcos Jorge de Lima, evitou polemizar e se limitou a mencionar a aprovação da nova Lei da Informática e a possibilidade de reinvestimento de verbas de projetos de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) por parte das empresas. “São mais de R$ 1,5 bilhão nos próximos dois anos”, citou.
O superintendente da Suframa, Appio Tolentino, insistiu na questão política. Ele atribuiu as críticas aos incentivos fiscais no Amazonas a uma interpretação equivocada sobre o significado de renúncia fiscal. “Não se renuncia sobre o que não tem. Uma coisa é você reduzir a carga tributária de uma empresa em troca de coisas como a manutenção de emprego. Isso é renúncia fiscal. Outra coisa é conceder incentivos para gerar uma atividade econômica em uma área onde não existia. Isso não é renúncia, é indução de desenvolvimento”, disse.
O superintendente ressaltou, ainda, números da participação da autarquia na economia dos Estados sob a sua área de abrangência. “No tocante ao volume de empregos, só no Estado de Rondônia a Suframa impulsiona diretamente mais de 5.600 empresas, responsável por mais de 20 mil empregos diretos e 60 mil indiretos”, disse.
No âmbito de projetos econômicos, um dos destaques foi o da empresa rondoniense ‘Bigsal Indústria e Comércio de Suplementos para Nutrição Animal’ de preparação de alimentos para animais com investimentos totais de US$ 3.6 milhões e previsão da geração de 37 empregos. A unidade fabril funcionará no município de Ji-Paraná (RO).
Também foram aprovados quatro projetos de ingresso ao setor de Termoplástico do Polo Industrial de Manaus (PIM), entre eles o da Nordeste Indústria e Comércio que prevê investir US$ 24.9 milhões e gerar 65 empregos na fabricação de produtos da marca Fortlev. Outro destaque é o projeto de geração de energia proposto pela empresa de origem chinesa BYD Indústria de Baterias. Para fabricar o ‘módulo acumulado com células eletroquímicas de íon lítio para geração de armazenamento de energia elétrica’, a previsão é de investimento total de US$ 22.9 milhões e a criação de 38 postos de trabalho.
Entre os projetos de diversificação aprovados, chamam a atenção o da Visontec da Amazônia, que objetiva a fabricação do gravador/reprodutor digital de sinais de áudio e vídeo para sistemas de segurança; e o da Universal Componentes da Amazônia, que visa à produção de stepper, bicicleta ergométrica, esteira elétrica e aparelhos de ginástica para musculação.
Na ocasião, também foi aprovada uma pauta com 40 projetos industriais e de serviços, sendo 11 de implantação e 29 de atualização, ampliação ou diversificação. Juntos os projetos somam investimentos totais de US$ 339.6 milhões e estimam a geração de 885 empregos ao longo dos próximos três anos.