Eu pensava haver percorrido muitas piscinas, quadras e campos, além de assistir muitas coisas dos esportes olímpicos.
Não vi nada!
Ontem, dia 15 de outubro de 2013, na ESPN, vi os “Segredos do Esporte”, Mesa Redonda dirigida por um Paulo Calçade, também incrédulo, como eu.
Eu vi a explicação sobre a Confederação Brasileira de Clubes, uma invenção brasileira, como o Sacy Pererê, para dividir o dinheiro das Loterias com o COB (Comitê Olímpico Brasileiro) e o Comitê Paraolímpico do Brasil. A CBC existe, divide o dinheiro e não pode aplicar nos atletas por não estar regulamentada pelo Ministério do Esporte. À mesa, Fernando Meligeni, nosso tenista olímpico, completamente transtornado; Dra. Katia Rúbio, pesquisadora do esporte e descontrolada pela falta de argumentos para que tal entidade existisse; Dr. Edson Garcia, executivo da CBC e o Dr. Alexandre Póvoa, vice-presidente de esportes olímpicos do meu Flamengo. Entre incrédulos e inflamados notei que nenhum dos presentes era grande formador de atletas como era o objetivo das pessoas da mesa.
O Dr. Alexandre Póvoa, vice do Mengão, arvorou-se de grande formador de atletas e as notícias que vemos pelos canais de esporte mostram um devastador esquema flamenguista de acabar com os atletas e esportes olímpicos que existiam pela Gávea. Vejamos: o César Cielo saiu batendo na extinção da equipe olímpica que treinava no Flamengo. Acabaram com o voleibol, acabaram com a ginástica olímpica, o futebol do Flamengo é o que vemos na televisão, e a verba das loterias, muito bem recebidas pela CBC, não pode ser aplicada no futebol. O meu Mengão também não tem pista de atletismo, o basiquinho necessário para ser um clube voltado para olimpíadas e pleitear verbas das nossas loterias.
Cachoeira, Delúbio, Marcola, Zé Dirceu e Marco Valério morreram de inveja dos dirigentes da CBC. Como não tiveram a capacidade de pensar e criar a CBC. Era só ficar na praia e o dinheiro entrando e furando seus bolsos. Eles receberiam verbas milionárias, toda semana, e não seriam obrigados a nada.
O nosso medalha de ouro Zanetti, craque das argolas, chora todos os dias, em jornais, rádios e televisões, por melhores aparelhos para uma apresentação digna nas Olimpíadas do Rio. Ele chora e diz que o mundo treina para derrotá-lo, e o Brasil ajuda os seus adversários.
Segundo o Dr. Edson Garcia, dirigente da CBC, a função da CBC é, tão somente, capacitar os clubes a prestar contas das verbas que receberão (nunca) e a fazer projetos esportivos. Um dos agraciados com as verbas da CBC, a grande entidade, será a União Brasileira dos Viajantes e Representantes Comerciais.
Que beleza de atletas!
Que gentalha engraçalhada!
O grande formador de projetistas e prestadores de contas terminou sua participação com a seguinte frase: “O esporte no Brasil será conhecido pelo antes e depois da CBC”.
Eu não quero acreditar no que vi. São detentores do Nobel da Cara-de-Pau.
*Roberto Caminha Filho, desportista convicto, ainda quer acreditar no que viu.