Por César Rosati/ Da FolhaPress
FLORIANÓPOLIS – Em Santa Catarina, uma surpresa aparece na segunda colocação do pleito: Comandante Moisés (PSL). Representando o partido de Jair Bolsonaro, Carlos Moisés da Silva, coronel da reserva do Corpo de Bombeiros, disputará o segundo turno com Gelson Merísio (PSD).
Segundo a Justiça Eleitoral, Merísio recebeu 31% dos votos. Moisés, por sua vez, teve 30% dos votos.
Natural de Florianópolis, Moisés tem 50 anos é formado em direito. Atuou por mais de 30 anos no Corpo de Bombeiros de Florianópolis, Criciúma e Tubarão, sendo que a maior parte do período como comandante de quartel. Desde de 2016 está na reserva. Ele foi o mais votado em cidades importantes do estado como Blumenau e Joinville. O PSL ainda corre por fora para uma vaga no Senado. O candidato da sigla Lucas Esmeraldino está em terceiro lugar praticamente empatado com Jorginho Melo (PR).
Com pouco tempo de televisão, Moisés fez uma campanha principalmente pela internet. O candidato tem um discurso forte também sobre segurança pública. Ele promete combater o crime no estado investindo na contratação de mais policiais e aumentando os recursos para a Polícia Civil.
Moisés também cresceu no interesse da população catarinense com o discurso austero de redução da máquina pública, com enxugamento de cargos comissionados.
Considerado o Estado mais eficiente da federação pelo REE-F (Ranking de Eficiência dos Estado), da Folha de S.Paulo, atualmente Santa Catarina vive um drama econômico com dificuldade de investimento em várias áreas e escassez de recursos para honrar compromissos previdenciários.
O ajuste das contas do Estado deu o tom da campanha. A palavra de ordem dos dois postulantes à Casa D’Agronômica (residência oficial do governador catarinense) era enxugar a máquina pública.
Para solucionar o problema, Merísio prometeu cortar 1.200 comissionados já nos primeiros meses de mandato.
O representante do PSD do ex-governador catarinense Raimundo Colombo protagonizou um dos pontos altos da campanha quando declarou, em um spot oficial, o voto em Jair Bolsonaro do (PSL) para a Presidência. O anúncio causou mal-estar com os partidos coligados, incluindo o Podemos, que lançou como presidenciável Alvaro Dias. O partido decidiu deixar a coligação após Merísio anunciar em quem votaria.