RIO DE JANEIRO – Vanderlei Luxemburgo protestou nesta sexta-feira contra a suspensão de dois jogos imposta a ele pelo Tribunal de Justiça Desportiva do Rio de Janeiro (TJD-RJ) após o comandante do Flamengo criticar o regulamento do Campeonato Carioca e a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj).
Após o treinamento da equipe no Ninho do Urubu, Luxemburgo fez uma declaração contra a decisão do tribunal, declarou se sentir censurado pela punição, mas garantiu que não vai se calar, bradando pelo seu direito de expressão. Para finalizar colocou um esparadrapo na sua boca, como forma de protestar contra a Ferj e o TJD-RJ.
“Como cidadão brasileiro, venho repudiar o que está acontecendo. Continuarei sendo o que sempre fui, buscando viver em um país melhor. Não vão me calar. Continuarei me posicionando como sempre. Se quiserem me tirar do Campeonato Carioca, me tirem, pois não vou me calar. Só vou me posicionar novamente quando tiver direito de liberdade de novo”, disse o treinador.
Neste domingo, Luxemburgo não poderá ficar no banco de reservas do Flamengo. O clube, em um primeiro momento, conseguiu reverter a punição ao obter um efeito suspensivo no Superior Tribunal de Justiça Desportiva. Depois, porém, o próprio tribunal recuou na sua decisão, mantendo o treinador fora do clássico.
Assim, o time será dirigido pelo ex-jogador e agora auxiliar técnico Deivid no Fla-Flu. E o volante Márcio Araújo espera que a ausência de Luxemburgo não afete o rendimento do Flamengo.
“Não poderemos contar com nosso treinador, mas o Deivid irá substituí-lo e é um grande profissional. Já está bem definido o que temos que fazer no jogo. Vanderlei trabalhou bem o time para o clássico”, afirmou o jogador.
Crítica
Vanderlei Luxemburgo foi punido após declarar a jornalistas, durante uma entrevista no mês passado, que a imprensa deveria “dar porrada” na Federação de Futebol do Rio de Janeiro, ao criticar o regulamento do Campeonato Carioca, que não permite a inscrição de mais de cinco jogadores das categorias de base.
Neste domingo, ele explicou que o termo “porrada” não significa bater com a mão, e criticou a federação e o STJD pela punição. “E o termo porrada não é com a mão. Só o procurador entendeu assim. Vejo constantemente isso na televisão, no nosso meio, e não foi uma tentativa de agredir ninguém”, disse.
(Estadão Conteúdo/ATUAL)