Por Ana Carolina Barbosa, da Redação
MANAUS – A entrada do deputado federal Hissa Abrahão no PDT provocou uma “revoada” no partido, que antes contava com três representantes na CMM (Câmara Municipal de Manaus) e um na ALE-AM (Assembleia Legislativa do Amazonas) e acabará sem representatividade em ambos os parlamentos. Hissa, que por várias vezes afirmou não ser pré-candidato à Prefeitura de Manaus, agora está confirmado na prévia, informou Mauro Thiago Nogueira, presidente estadual da Juventude do PDT e membro da executiva da sigla no Amazonas. Hoje, a sigla, que tem como um dos caciques o ex-prefeito Amazonino Mendes, é a 10° em volume de filiados entre 30 legendas cadastradas pelo TRE-AM (Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas).
No último sábado, 19, o AMAZONAS ATUAL publicou reportagem informando quantos vereadores aproveitaram a brecha da ‘janela partidária’ para migrar para outra legenda, sem correr o risco de perder o mandato, conforme prevê a Emenda Constitucional 91/2016. Na ocasião, fontes ligadas ao PDT informaram que todos os vereadores eleitos, filiados à sigla, deixariam o partido. A reportagem tentou contato com diversos membros do partido, que não atenderam ou não quiseram se manifestar.
Gilmar Nascimento, segundo informações de bastidores, seguirá para uma legenda da base de sustentação do prefeito Arthur Virgílio (PSDB). Luiz Alberto Carijó, por sua vez, procurou guarida no PSDB. Ambos estão como secretários municipais na Prefeitura de Manaus. Questionado se a saída dos vereadores decorreu da entrada de Hissa no partido, Mauro Nogueira disse o seguinte: “Foi a entrada do Hissa, com certeza, mas não por culpa do Hissa, mas porque eles queriam apoiar o Arthur. Nós, enquanto partido, a militância, não nos sentimos à vontade para caminhar com o Arthur”, disse.
Nogueira afirmou à reportagem que o vereador Francisco Jornada ficaria no partido, convencido por Hissa, no último sábado. O próprio vereador desmentiu a versão e disse que se desfiliará do PDT e vai para outra legenda até o dia 30. Motivo: não concorda com o apoio dado pelo PDT à presidente Dilma Roussef (PT) no Estado. “Tenho até o dia 30 para decidir (para qual legenda migrar). Sou a favor do impeachment (da presidente Dilma) e estou insatisfeito com algumas atitudes do partido. O PDT é base da Dilma, mas lá em cima (no Congresso Nacional). É uma corrupção muito grande e dizer que Lula e Dilma são honestos? Pelo amor de Deus”, ressaltou.
Ele disse, ainda, que não pode aceitar tal postura enquanto líder do partido na CMM. Sobre o ingresso de Hissa no PDT, Jornada afirmou não ver problema para ele. “Hissa é um garoto bom, novo. O partido está se organizando por causa do Hissa”, completou.
ALE-AM
Sobre Dermilson Chagas, que militou no PDT desde o início de sua vida política, Mauro Nogueira confirmou que além da entrada de Hissa, outro fator que o motivou a deixar a legenda foi uma rixa entre ele e Stones Machado. Internamente, eles disputavam a presidência da legenda. Hoje, Stones coordena o diretório estadual do partido e Hissa, o municipal. Dermilson Chagas vai se filiar ao PEN (Partido Ecológico Nacional).