Por Daisy Melo, da Redação
MANAUS – Com alto índice de casos de Aids e HIV, Manaus é uma das 12 capitais que receberá a Profilaxia Pré-Exposição (PrEp), um coquetel de remédios preventivos contra a doença. O antirretoviral serve como um ‘bloqueador’ da infecção.
A maior incidência da doença no Amazonas foi entre jovens na faixa etária dos 15 a 19 anos e a situa é considerada preocupante. No geral, o Estado e a capital, Manaus, estão em terceiro lugar no ranking nacional de maior incidência da doença. Os dados foram apresentados durante encontro realizado em Manaus com 42 representantes de programas de combate às IST (Infecções Sexualmente Transmissíveis) e Aids do Estado. O evento é uma iniciativa da Coordenação Estadual de IST/AIDS e Hepatites Virais, vinculada à Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD).
A coordenadora estadual de IST/AIDS e Hepatites Virais no Amazonas, Silvana Lima, informou que, nos últimos cinco anos, foram registrados, entre os jovens com essa faixa etária, 2.934 casos no Estado, sendo 2.557 na capital, o equivalente a 87,15%. Em termos gerais, de 1986 a agosto de 2016, foram 15.149 casos no Amazonas, sendo 12.179 (80,39%) em Manaus, seguida de Parintins, com 265 casos (1,74%), Tabatinga, com 248, Itacoatiara (1,57%) e Tefé (1,55%).
Nacionalmente, o Estado fica atrás apenas no Rio Grande Sul e de Santa Catarina na lista de incidência de Aids com 34,7 e 31,9 casos por 100 mil habitantes, respectivamente.
Prevenção
Entre as opções eficazes no combate ao HIV/AIDS estão a utilização do preservativo feminino e a PEP (profilaxia pós-exposição), que consiste no uso de medicamentos antirretrovirais para reduzir o risco em situações de exposição ao vírus, e a PREP (profilaxia pré-exposição), tecnologia de prevenção que se aplica no uso oral diário de antirretroviral por pessoas não infectadas pelo HIV.
Outra alternativa é a prevenção combinada que abrange a testagem regular, o uso de preservativos masculino e feminino, o tratamento de IST, as ações de redução de danos, PEP, PREP e o próprio tratamento antirretroviral.
Houve uma mudança na forma de abordar a prevenção tanto da Aids quanto de outras doenças, segundo Silvana Lima, devido a constatação de que a população masculina não vem adotando o preservativo (camisinha) de maneira que possa evitar o surgimento de novos casos.
O SUS (Sistema Único de Saúde) vai passar a oferecer para pessoas consideradas de comportamento de alto risco para HIV o uso preventivo de antirretovirais. Os remédios hoje são indicados para tratar a infecção ou, em casos de acidente, para evitar a contaminação depois da exposição a uma situação de risco. Essa terceira estratégia, conhecida como
Além de Manaus, também receberão os medicamentos Porto Alegre, Curitiba, Rio, São Paulo, Belo Horizonte, Fortaleza, Recife, Brasília, Florianópolis, Salvador e Ribeirão Preto (SP). A estimativa é de que 7 mil pessoas façam o tratamento por PrEP por ano. O custo anual do tratamento é estimado em US$ 275 por paciente. O investimento inicial será de US$ 1,9 milhão na aquisição de 2,5 milhões de comprimidos.