Por Maria Derzi, da Redação
MANAUS – Com as maiores alianças partidárias, o prefeito Arthur Neto (PSDB), que disputa a reeleição à Prefeitura de Manaus, e Marcelo Ramos (PR), têm possibilidades reais de formar uma base de apoio na CMM (Câmara Municipal de Manaus) já nas urnas. O maior número de partidos na coligação reúne uma grande quantidade de candidatos a vereador e os postulantes a prefeito podem se beneficiar, também, do quociente eleitoral.
Nos grupos de Arthur e Ramos há, ainda, concorrentes com potencial de votos para eleger outros pretendentes pouco populares, mas que integram legendas que podem ter larga margem de votos. Além dos votos individuais, o preenchimento de vagas na CMM é determinado pelo quociente, tanto eleitoral quanto partidário, que é calculado subtraindo o número total de votos válidos pelo número de vagas em disputa.
São dez os partidos que formam a coligação de Arthur: PSDB, PSL, PP, PMDB, PTN, PHS, PV, PPL, PTB e PRP. Nesse grupo, são 43 tucanos que concorrerão a uma das 41 vagas de vereador. Com 13 candidatos à CMM, o PTB é o partido do vereador Reizo Castelo Branco, que em 2012 foi o campeão de votos com 18.109. Reizo ‘puxou’ mais quatro vereadores de seu partido. O leitor de Reizo elegeu, também, com o mesmo voto, outros quatro vereadores. Na atual legislatura, 24 dos 41 vereadores são da base de apoio ao prefeito.
Outro vereador do grupo, Álvaro Campelo (PP), obteve 15.439 votos em 2012 e também influenciou no quociente eleitoral e partidário. O PHS, do presidente da CMM, Wilker Barreto, da atual base aliada de Arthur, terá 58 candidatos a vereador. Gigante partidário, o PMDB, outro que integra a aliança, disputará o legislativo com 56 candidatos.
Quantidade
Marcelo Ramos, no caso de uma possível eleição, também teria possibilidade de obter uma maioria na CMM, ainda que bem menor que a de Arthur Neto, a partir das urnas levando em conta a proporção de candidatos na disputa para vereador, mesmo com legendas consideradas ‘nanicas’. Sua coligação tem sete partidos: PR, PTdoB, PTC, PEN, PSD, PROS e DEM. Hoje, são nove vereadores na CMM que militam em legendas da aliança de apoio à candidatura de Ramos. Em quantidade de concorrentes, o grupo também investiu na quantidade. O PR, partido do candidato, tem 45 postulantes ao cargo de vereador. O DEM concorre com 38.
Entre os candidatos da coligação, os que conseguiram o maior número de votos, em 2012, foram Hiran Nicolau (PSD), com 8.003 votos, e Arlindo Júnior, que se elegeu pelo PPL e hoje está no PROS, com 8.599.
Com apenas três partidos, a coligação de Henrique Oliveira (SDD), que é vice-governador do Amazonas, teria maior dificuldade para chegar a uma maioria na CMM. Formam a aliança o PMB, SDD e PRTB. Atualmente, apenas o Solidariedade tem um vereador na CMM e o PRTB também um. Este ano, o SDD concorre à Câmara com 29 postulantes. O PMB tem 62 e o PRTB, 47.
Os eleitores podem votar tanto no candidato quanto no partido. Para votar no nome do concorrente a vereador basta o eleitor digitar os cinco algarismos que compõe o número do candidato. Para votar apenas no partido, o chamado voto de legenda, o eleitor digita apenas os dois primeiros números do candidato, que correspondem aos número do partido no espaço reservado ao vereador. “O quociente eleitoral define que partido elegerá candidatos, o quociente partidário define os eleitos dentro do partido”, explicou o assessor do TRE-AM, Leland Barroso de Souza.
Após a reforma eleitoral de 2015, os novos vereadores precisam obter votos numa quantidade igual ou maior que 10% do quociente eleitoral. “Tudo é feito em uma única etapa. Terminada a votação, a urna dá o resultado mediante os cálculos feitos nela mesma. As sobras são distribuídas entre os partidos e coligações que atingiram o quociente eleitoral”, disse Leland.