Por Patrícia Borges, da Redação
MANAUS – Estudantes do 3º ano do ensino médio do Ifam (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas), Campus Coari vão representar o Amazonas na final da 10ª Olimpíada Nacional em História do Brasil nos dias 18 e 19 de agosto, em São Paulo.
Entre 1.200 equipes, a “Arraia-Miúda”, composta por Aline Oliveira, Driene Gonçalves de Souza, Diego Vinícius Lira Pinto e pelo professor Ygor Olinto Rocha Cavalcante, é a única representante do estado na final, que será realizada na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), considerada uma das melhores universidades da América Latina.
Ygor Olinto, 31 anos, é professor e mestre em História Social da Amazônia pela Ufam. Ele participa da olimpíada há 5 anos, 4 deles chegando à final. Ygor conta que o objetivo das participações é propor elementos de inovação ao sistema de ensino.
“A ideia foi tentar inovar nossos métodos de ensino, pois a escola brasileira está cada vez mais desinteressante aos jovens. Além disso, é apaixonante representar o estado e mostrar aos meninos que eles podem. Uma das experiências mais legais pra mim foi ouvir de uma aluna ‘nunca ninguém disse que nós podíamos, que era possível’. Com a nossa participação eles entenderam que é possível, tanto que Coari representa o Amazonas na competição há 4 anos”, explicou o professor.
Para o estudante Diego Vinícius Lira Pinto, a participação neste tipo de evento é de grande relevância para propor transformações sociais no Brasil. “Pelo fato de a olimpíada ser uma competição na qual temos a liberdade de expressar as nossas opiniões e ideias, além de interagir com estudantes de diversas regiões, podemos, assim, discutir os problemas através de uma perspectiva histórica, buscar soluções e projetos sociais que visem resolver os problemas do país” destacou o estudante.
O professor Ygor destaca a dedicação dos estudantes durante todas as fases da competição. “A equipe vem trabalhando desde maio. Os meninos enfrentam uma rotina muito pesada, entram no Ifam às 7h15, assistem aulas até às 6 da tarde. Ficávamos até 10 da noite trabalhando na olimpíada, pesquisando, lendo, debatendo. É um processo de muito trabalho para meninos que já passam o dia todo estudando. São guerreiros, me orgulho muito deles.”
Olinto explica também que, por conquistarem o primeiro lugar no Amazonas, a organização do evento disponibilizou as passagens aéreas de Manaus a São Paulo. A Prefeitura de Coari deu apoio para cobrir outros custos.
“A Prefeitura de Coari deu apoio para custear outros gastos com transporte e estada. Tem sido parceira há dois anos e faz o que pode para que os meninos tenham o melhor. A prefeitura entende que é um feito importante, do ponto de vista educacional, para a cidade e o estado. Pena não termos tanta visibilidade, mas concorrer com 50 mil equipes do Brasil inteiro, é um feito muito importante.’
Olimpíada Nacional em História no Brasil
A Olimpíada Nacional em História do Brasil é um projeto de extensão da Universidade Estadual de Campinas, desenvolvido pelo Departamento de História por meio da participação de docentes, alunos de pós-graduação e de graduação. É coordenada pelas profas. dras. Cristina Meneguello e Alessandra Pedro.
Trata-se de uma competição para equipes de oitavo e nono anos do ensino fundamental e do ensino médio de todo o Brasil, trazendo uma proposta inovadora de estudar a história do Brasil, abordando temas fundamentais a partir de documentos históricos, imagens, mapas, textos acadêmicos, pesquisas inéditas e debates historiográficos.
Realizada por equipes compostas por 4 pessoas: 3 estudantes (que podem estar em diferentes anos) e o professor de história do colégio, os participantes que chegam à final realizam uma prova dissertativa na Unicamp e aguardam o resultado e entrega de medalhas no dia seguinte, quando conhecem e confraternizam com estudantes e professores de todo Brasil.