RIO DE JANEIRO E SÃO PAULO – O Vasco tem se especializado em clássicos. Assim como foi em 2015, quando conquistou o Estadual e teve ampla superioridade sobre os rivais no restante do ano, o time começou a temporada bem ao vencer o Flamengo por 1 a 0, neste domingo, com gol aos 46 minutos do segundo tempo, em partida válida pela quarta rodada do Campeonato Carioca, no retorno do clássico ao estádio de São Januário após 11 anos.
O resultado mantém o time vascaíno na liderança isolada do Grupo A, agora com 12 pontos. Apesar da derrota, o Flamengo é o vice-líder do Grupo B, com sete pontos. No próximo fim de semana o Vasco enfrenta o Tigres, enquanto o time rubro-negro faz novo clássico, desta vez com o Fluminense, em Brasília.
Assim como foi a semana, com a discussão sobre o local da partida entre os presidentes Eurico Miranda e Eduardo Bandeira, de Vasco e Flamengo, respectivamente, os jogadores também deixaram o futebol de lado nos primeiros 30 minutos. O tumultuado jogo, com várias intervenções de uma severa arbitragem, teve mais tempo de bola parada do que rolando.
Mas os minutos finais do primeiro tempo foram de futebol. Aos 31 Jomar errou o cabeceio e desperdiçou a chance de marcar. A resposta do Flamengo veio da mesma forma, com Emerson, em cruzamento na área e péssima finalização. Com mais criatividade, o Vasco cresceu em campo e quase abriu o marcador, em chute de Nenê em cima de Paulo Victor, e Riascos, que perdeu gol feito.
O segundo tempo recomeçou com o Vasco levemente melhor. Com o time mais avançado, conseguiu falta na entrada da área. Nenê cobrou e acertou o travessão. O meio campo rubro-negro não teve o mesmo rendimento dos últimos jogos e dificultou a ação dos atacantes. A forte marcação do rival também contribuiu.
O forte calor no Rio também teve influência. Já desgastados fisicamente, os jogadores diminuíram o ritmo do jogo, com raras oportunidades criadas, a maioria graças a Nenê ou em bola parada. Aos 40, quase saiu o gol. Após cobrança de escanteio, o camisa 10 chutou forte, mas em cima de Paulo Victor, que defendeu a tentativa.
Quando o empate parecia sacramentado, o Vasco mexeu no marcador. Aos 46 minutos, o zagueiro Rafael Vaz, que entrou no segundo tempo, recebeu na área passe de Rodrigo e finalizou com força para superar Paulo Victor e garantir o triunfo vascaíno no primeiro clássico do ano no futebol carioca.
FICHA TÉCNICA
VASCO 1 X 0 FLAMENGO
VASCO – Martín Silva; Madson, Rodrigo, Jomar (Rafael Vaz) e Julio Cesar; Marcelo Mattos, Julio dos Santos, Andrezinho e Nenê; Jorge Henrique (Eder Luis) e Riascos (Thalles). Técnico: Jorginho.
FLAMENGO – Paulo Victor, Rodinei, Wallace, Juan e Jorge; Márcio Araújo, Willian Arão e Mancuello; Marcelo Cirino (Everton), Emerson Sheik e Guerrero. Técnico: Muricy Ramalho.
ÁRBITRO – Leonardo Garcia Cavaleiro.
GOL – Rafael Vaz, aos 46 minutos do segundo tempo.
CARTÕES AMARELOS – Rafael Vaz, Julio dos Santos, Rodrigo, Marcelo Mattos (Vasco); Wallace e Guerrero (Flamengo).
RENDA – R$ 682.640,00.
PÚBLICO – 13.656 pagantes (14.364 no total).
LOCAL – Estádio de São Januário, no Rio.
Clássico paulista
O Corinthians ampliou neste domingo a freguesia do São Paulo no Itaquerão. Desde a inauguração da arena, em 2014, nenhum time perdeu mais e sofreu tantos gols em Itaquera do que São Paulo. Com o triunfo por 2 a 0 deste domingo, pela quarta rodada do Campeonato Paulista, a conta subiu para quatro vitórias em quatro jogos, com 13 gols marcados e apenas três sofridos.
O São Paulo até chegou a jogar melhor no segundo tempo, mas não soube aproveitar as chances que teve. A derrota aumenta a pressão em cima da equipe tricolor para a partida de quarta-feira contra o The Strongest, pela Libertadores, no Pacaembu. Já o Corinthians viaja com o moral elevado para o Chile, onde estreia na competição continental diante do Cobresal.
O resultado fez o Corinthians também se manter com 100% de aproveitamento no Paulistão, no qual agora acumula 12 pontos na liderança do Grupo D. Já o São Paulo perdeu pela primeira vez neste Estadual e estacionou nos quatro pontos no Grupo C.
A partida também ficou marcada por novos protestos da Gaviões da Fiel, principal organizada do Corinthians. O árbitro chegou a paralisar o jogo no início do segundo tempo depois que foram exibidas quatro faixas nas arquibancadas: “Futebol refém da Rede Globo”, “Ingresso mais barato”, “Quem vai punir o ladrão da merenda?” e “CBF e FPF, a vergonha do futebol”.
Apesar de todo o mistério feito por Edgardo Bauza nos dias que antecederam ao clássico, o técnico argentino escalou todos os titulares do São Paulo. No Corinthians, Tite resolveu poupar alguns jogadores, casos de Uendel, Romero e Danilo.
Mesmo sem força máxima, o Corinthians começou o jogo melhor. Bem posicionado, o time ocupava melhor espaços, principalmente no meio de campo. Assim, a equipe conseguia controlar mais a posse de bola no ataque. O jogo, no entanto, era muito truncado, com várias faltas e jogadas ríspidas. O São Paulo, porém, parecia “pilhado” demais e acabou entregando um gol de graça para o Corinthians.
Aos 23 minutos, Lucão se atrapalhou na hora de fazer o corte e chutou em cima de Mena. Na sequência, atrasou a bola errado para Denis e deu a “assistência” para Lucca, sem goleiro, fazer 1 a 0 para o Corinthians.
O São Paulo tinha muito dificuldade para armar as jogadas. Faltava criatividade aos jogadores do meio de campo da equipe. Ganso, por exemplo, participava pouco do jogo. O mesmo acontecia com Michel Bastos.
O melhor jogador do São Paulo era Calleri. O argentino corria bastante e não dava sossego à defesa corintiana. Já no fim do primeiro tempo, aos 45, por muito pouco o atacante não empatou o jogo. Após um bicão da defesa, Yago errou o recuo e Calleri sobrou sozinho na frente de Cássio, que conseguiu evitar o gol e mandou a bola para escanteio.
No segundo tempo, o São Paulo foi dono do jogo. O Corinthians recuou demais a marcação e permitiu que o time tricolor trocasse passes com facilidade.
O problema é que o São Paulo não sabia aproveitar o maior volume de jogo. A equipe exagerava nas jogadas aéreas. O time rondava a área de Cássio e buscava as jogadas pelas beiradas do campo para fazer o cruzamento pelo alto. O São Paulo era um time de praticamente um único tipo de jogada. A equipe não conseguia trocar passes de pé na tentativa de furar a defesa e, assim, facilitava o trabalho da defesa corintiana.
Com 11 jogadores atrás da linha da bola, o Corinthians abdicou do ataque para só se defender. À beira do campo, Tite pedia para o time avançar a marcação, mas os jogadores insistiam em formar um “paredão” à frente de Cássio.
Aos 34 minutos, a estratégia não funcionou e Mena sobrou sozinho na cara do gol. O lateral cabeceou e Cássio salvou Corinthians mais uma vez com uma bela defesa.
O São Paulo acabou castigado aos 40 minutos. Num raro ataque do Corinthians, Giovanni Augusto cobrou escanteio, Ganso desviou para trás e Yago, de cabeça, mandou a bola no ângulo, sem chances para Cássio. Mesmo sem merecer, o Corinthians fez o segundo gol para desespero dos são-paulinos, que continuam sem saber o que é vencer em Itaquera.
FICHA TÉCNICA
CORINTHIANS 2 X 0 SÃO PAULO
CORINTHIANS – Cássio; Fagner, Felipe, Yago e Guilherme Arana; Bruno Henrique, Giovanni Augusto (Romero), Maycon (Willians) e Rodriguinho; Lucca e André (Danilo). Técnico: Tite.
SÃO PAULO – Denis; Bruno (Caramelo), Lucão, Rodrigo Caio e Mena; Hudson, Thiago Mendes (Kelvin), Ganso e Michel Bastos; Centurión (Rogério) e Calleri. Técnico: Edgardo Bauza.
GOLS – Lucca, aos 23 minutos do primeiro tempo, e Yago, aos 40 do segundo.
ÁRBITRO – Luiz Flávio de Oliveira.
CARTÕES AMARELOS – Guilherme Arana, Mena, Hudson e Willians.
RENDA – R$ 2.050.498,50.
PÚBLICO – 36.378 pagantes.
LOCAL – Itaquerão, em São Paulo (SP).
(Estadão Conteúdo/ATUAL)