A medida, de acordo com a entidade, deixaria o Centro de Biotecnologia com quem tem experiência de 41 anos na área de bionegócios
MANAUS – Documento elaborado pelo Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam) em defesa do fortalecimento da bioindústria local recomenda a transferência da gestão do Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA) para a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). Assim, no entendimento do Cieam, no dia seguinte à transferência, com acompanhamento e suporte de instituições locais e regionais, o equacionamento jurídico já contaria com os subsídios técnicos e conhecimento científico existentes na Embrapa para alavancar seu potencial de pesquisa e desenvolvimento de projetos em fármacos, cosméticos e segurança alimentar.
A recomendação tem apoio de diversas entidades de classe locais e deverá ser protocolado nos ministérios do Desenvolvimento da Indústria e do Comércio Exterior (MDIC), Ciência e Tecnologia (MCT) e do Meio Ambiente (MMA), que detêm o projeto do CBA. Com a transferência para a Embrapa, a gestão do órgão deixaria de ser atribuição da Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus).
“A Embrapa é uma instituição consolidada, que pode contribuir de forma efetiva com o desenvolvimento de novas matrizes econômicas da Amazônia, diante da biodiversidade local, a ser explorada de forma organizada”, afirma Wilson Périco, presidente do Cieam.
Com menos de 30% de sua estrutura em funcionamento, e sem um modelo de gestão definido, o CBA não possui registro no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ). Dentro do seu escopo, destaca-se o desenvolvimento de incubadora de empresas, atualmente com apenas um empreendimento participando do projeto. “Começamos a escrever o que o CBA faz, passamos para o documento e voltamos a este tópico. Sugiro juntar as informações; Começar com o documento, que é o título, e depois justificar o motivo, com as características e deficiências do CBA”, sugeriu o dirigente.
Inaugurado em 2002, o CBA se tornou a esperança para o desenvolvimento da bioindústria regional, com a realização de pesquisas para a formação de uma nova cadeia produtiva, mostrando ao mundo as riquezas da floresta, de forma legal e organizada, sem danos ao meio ambiente e ao País. Desde a sua criação, a entidade recebeu R$ 91 milhões de investimentos, exclusivamente das verbas da Suframa, limitando a sua atuação.
Entre os principais objetivos do CBA, destaca-se o incentivo ao desenvolvimento local de produtos, processos e serviços biotecnológicos, nas áreas de saúde humana, agronegócio e industrial, visando sua comercialização e inserção em cadeias produtivas nacionais e globais. Também promove o conhecimento da biodiversidade amazônica, associado às tecnologias necessárias ao seu aproveitamento econômico, agregando valor à região.
“Acreditamos que a melhor solução para essa evolução é a transferência da gestão do CBA para a Embrapa. Com equipe treinada e apta a criar novas matrizes econômicas, a instituição está anos-luz à frente em termos de desenvolvimento”, enfatiza o presidente do Cieam.