MANAUS – O presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), Wilson Périco, se reuniu na manhã desta sexta-feira, 19, com o superintendente da Suframa, Gustavo Igrejas, o presidente da Associação Comercial do Amazonas (ACA), Ismael Bicharra e o presidente do Sindicato dos Servidores da Suframa (Sindframa), Anderson Belchior, para tentar chegar a um acordo para diminuir os impactos à indústria e ao comércio provocados pela greve dos servidores da autarquia. Do encontro ficou acordado apenas que cada entidade, ao seu modo, vai tentar buscar apoio político em Brasília para tentar por fim ao impasse com o governo federal e encerrar a greve.
Périco disse aos servidores da Suframa que não é contra a greve, mas ponderou que não dá para esperar por uma decisão do governo federal e “ficarmos com essa insegurança e risco”, provocados pela retenção de produtos e mercadorias.
De acordo com o presidente do Cieam, os técnicos da Sefaz (Secretaria de Estado de Fazenda) ainda não estão fazendo a liberação de mercadorias, porque a Suframa e o Serpro não liberou as senhas. “A falta de senhas, segundo o que eles (grevistas) disseram, está relacionada à falta de treinamento dos técnicos da Sefaz. Eles disseram que começaram a dar treinamento ao pessoal, mas não está surtindo efeito e eles ainda não estão preparados para realizar o serviço”, disse.
Comércio
Segundo Ismael Bicharra, a greve dos servidores da Suframa já afeta o comércio, que teve um primeiro semestre negativo, e pode ter a situação agravada ainda mais por conta das datas comemorativas. “Se não tiver mercadorias para suprir o Dia dos Pais, o Dia da Criança e as festas de fim de ano, diversas lojas irão fechar as portas, provocando, consequentemente, o desemprego em massa na nossa cidade”, alertou.
O presidente da ACA advertiu ainda para um possível desabastecimento na capital, uma vez que as transportadoras não querem mais fazer o transporte de produtos para Manaus porque as carretas estão ficando retidas aqui. “Sabemos que a logística para cá é extremamente complicada, logo ficaremos ilhados. Vai virar um caos devido à falta de produtos na nossa cidade”, disse.
Sindframa
O presidente do Sindframa afirmou que não é interesse do movimento prejudicar a sociedade com a paralisação. “Vamos avaliar alguns aspectos para que não haja o sofrimento tão grande da indústria e, com isso, não haja a perda de emprego na região, principalmente, no PIM”.
Anderson Belchior disse que o sindicato irá continuar o trabalho junto aos parlamentares no Congresso Nacional para tentar derrubar o veto da presidente Dilma Rousseff. “Dia 30 nos voltaremos a Brasília, mas esperamos que saia uma medida provisória antes. Enquanto isso, vamos ajustando uma coisa ou outra para que a sociedade não seja prejudicada”.
Prejuízos
De acordo com Wilson Périco, o prejuízo estimado com a paralisação dos servidores da Suframa já supera os US$ 150 milhões (R$ 465,3 milhões). Ele afirmou que o último levantamento do sindicato das transportadoras aponta que cerca de 1,3 mil caminhões estão parados em Manaus à espera de liberação da Suframa.
Os técnicos da autarquia afirmaram que estão cumprindo o percentual mínimo de 30% dos serviços no período da greve, mas há um acúmulo de carga retida em função da redução dos fiscais.