MANAUS – O deputado estadual Marco Antônio Chico Preto, candidato derrotado ao governo do Estado pelo PMN, atacou o adversário Marcelo Ramos, candidato do PSB na disputa e que ficou em terceiro lugar, favorecendo o segundo turno das eleições. Diante da decisão do PSB de apoiar José Melo, candidato do Pros, no segundo turno, e da declaração de voto de Marcelo Ramos em Melo, Chico afirmou, em texto publicado nesta quinta-feira, 9, que Ramos é o laranja da eleição e aceitou ser o fantoche de Melo e Omar Aziz (PSD).
No último debate do primeiro turno, realizado pela TV Amazonas, Ramos acusou Chico Preto e o candidato do PSTU, Herbert Amazonas, de serem laranja do candidato Eduardo Braga (PMDB) na eleição. Herbert reagiu, mas Chico Preto não respondeu à acusação. A resposta veio hoje. Em texto ácido, ele afirma que Ramos “fez malabarismos, deboche e cometeu algumas inverdades, entre elas, em acordo com o Omar Aziz, a falsa acusação de eu ser laranja de Eduardo Braga”.
Sobre a aliança do PSB com Melo no segundo turno, Chico Preto ironizou: “O partido da ‘nova política’, aquele mesmo que jurava ser o único, o diferente entre todos os outros, faz jus ao seu quinhão na metade da farinha, cujo saco, segundo ele, é e sempre foi o mesmo de Eduardo Braga. Mas o que mudou nesses três dias? Melo ficou diferente, será que sua farinha tem mais sabor?”
Por fim, Chico acusa Ramos e o PSB de praticarem estelionato eleitoral nestas eleições. “Acreditamos no caminho e sabemos que a estrada é longa, mas estamos prontos para enfrentar de frente e, sempre, denunciar, com coragem, casuísmo e artimanhas como a que resultou no maior estelionato eleitoral que se tem notícias: Marcelo Ramos e o PSB se superaram mais uma vez e deixaram atônitos e desesperançados uma grande parcela da população que ansiava por mudança”.
Resposta de Ramos
O deputado Marcelo Ramos afirmou que a diferença entre ele e Chico Preto é que “ele trabalhou no primeiro turno para outro candidato. E eu, declarei voto para um candidato no segundo turno, quando só tem dois nomes na disputa. No primeiro turno eu trabalhei pra mim”, disse. Segundo Ramos, por não ter se colocado como verdadeiro candidato, o povo “colocou o Chico no verdadeiro lugar dele”, com 1,8% dos votos. “Ele é um cara novo, mas já pôs fim à carreira política dele”, completou
Depois de dizer isso, Ramos afirmou que não iria polemizar o assunto com o candidato do PMN.
Abaixo o texto na íntegra que Chico Preto publicou na página dele no Facebook.
A eleição, o laranja e o estelionato eleitoral
“A esperança tem duas filhas lindas, a indignação e a coragem: a indignação nos ensina a não aceitar as coisas como estão: a coragem, a mudá-las.” Santo Agostinho
Passado o primeiro turno das eleições, minha primeira experiência na disputa do Executivo, fiz algumas reflexões políticas e de vida.
A primeira delas é que tenho um universo de eleitores que me conhecem e que confiam em mim, independente da caminhada que eu faça. A eles, agradeço o apoio e reafirmo o compromisso de redobrar os esforços para não decepcioná-los e honrar a sua fé no Amazonas que merece muito mais.
A segunda é que ainda preciso trabalhar mais e mais para me fazer conhecido por uma boa parcela da população. Uma meta a ser vencida.
A terceira é que fui muito hostilizado, por vezes de forma vil e covarde, face a minha história política, fundamentalmente no que tange à relação com Eduardo Braga. Recusei-me, por opção, a fazer o que os outros queriam para refutar um inverídico papel de laranja, ainda que tivesse que pagar um preço alto. Mas assim é a política. Com quase 30 mil votos e a dignidade firme, em pé, este é o meu balaço pessoal nesta eleição.
Por outro lado, o candidato Marcelo Ramos, para ficar apenas no candidato da minha geração, fez malabarismos, deboche e cometeu algumas inverdades, entre elas, em acordo com o Omar Aziz, a falsa acusação de eu ser laranja de Eduardo Braga funcionou. A velha política dá mostras que pode resistir ainda um bom tempo entre nós.
Porém, o que mais me chama a atenção é o fato de, em menos de três dias após o término do primeiro turno, o partido da “nova política”, aquele mesmo que jurava ser o único, o diferente entre todos os outros, faz jus ao seu quinhão na metade da farinha, cujo saco, segundo ele, é e sempre foi o mesmo de Eduardo Braga. Mas o que mudou nesses três dias? Melo ficou diferente, será que sua farinha tem mais sabor?
Respondo aqui ao Herbert Amazonas e à população amazonense, a pergunta feita tão enfaticamente no último debate: quem é o laranja desta eleição?
O PSB de Marcelo Ramos é da base do prefeito Arthur Neto, que apoia José Melo e Omar Aziz. Fez-se de oposição para levar a um segundo turno, mas agora, já estão dividindo o pirão, na cuia que, como de costume, falsamente cuspiu. Interessante. O verdadeiro laranja é Marcelo Ramos e o PSB, está comprovado, um partido de aluguel, que repete a mesma fórmula de 2012, quando se fingiu ser opositor de Arthur Neto na campanha para prefeitura para derrotar Amazonino Mendes. Adivinha quem eles apoiaram no segundo turno? Arthur Neto, o grande adversário da velha política no primeiro turno. E quem estava na chapa do PSB na ocasião? Serafim Correa – aquele que aparece na foto, de braços levantados, apoiando incondicionalmente José Melo nesta eleição – e Marcelo Ramos, seu vice. Restou-lhes a habilidade em ser subservientes ao poder, uma vez que demonstraram incapacidade em exercê-lo na única e administrativamente desastrosa experiência que tiveram a oportunidade na prefeitura de Manaus.
Quando saí do PSD me recusei a fazer um papel de fantoche nas mãos de Omar e Melo. Alguém tinha que fazê-lo. Parece que ficou claro quem foi o escolhido e, justiça seja feita, desempenhou bem o papel de se colocar, em discurso, acima de todos, como o mais honesto, justo e diferente dos homens. Esperançou quase 180 mil eleitores que não escolheram Marcelo Ramos, escolheram sim aquele que disse que o Eduardo Braga tinha que ajoelhar no milho, que José Melo e Eduardo Braga faziam jogo de cena, que eram todos farinhas do mesmo saco e da da velha política. Escolheram o anti-Braga e o anti-Melo.
Sinceramente, revelada a verdade – e a verdade é filha do tempo -, quem deveria ajoelhar-se ao lado de Eduardo Braga no milho é Marcelo Ramos por praticar um grande estelionato eleitoral. O maior da história política do Amazonas. E não os quase 180 mil eleitores, entre eles, pessoas de mente brilhante e de boa fé, que tiveram pilhado o seu crédito fiado e desafiado diante de um candidato que responde a processo na Justiça por mau uso de dinheiro público e mentiu ao dizer que não; que disse ser a nova política, negando Eduardo Braga e José Melo e que hoje, está lá, ao lado de José Melo.
Neste segundo turno, o Partido da Mobilização Nacional tem um lado: a oposição. Não se trata de neutralidade, que fique bem claro. Não importa o governo que ganhe, infelizmente a escolha será entre o menos pior. Pior para o Amazonas. Vamos fiscalizar, acompanhar e propor. Acreditamos no caminho e sabemos que a estrada é longa, mas estamos prontos para enfrentar de frente e, sempre, denunciar, com coragem, casuísmo e artimanhas como a que resultou no maior estelionato eleitoral que se tem notícias: Marcelo Ramos e o PSB se superaram mais uma vez e deixaram atônitos e desesperançados uma grande parcela da população que ansiava por mudança. Resta o desassossego e a pergunta: é essa a mudança?
Abraços,
CP