Da Redação
MANAUS – Com negócios privados como a venda dos direitos de transmissão pela TV, os bumbás Caprichoso e Garantido, do Festival de Parintins, poderão contar novamente com dinheiro público do Governo do Amazonas. Para convencer o Estado a abrir a mão os dirigentes das agremiações alegam dificuldades financeiras. O socorro, portanto, virá do contribuinte.
O pedido de ajuda foi feito ao secretário de Estado da Cultura Robério Braga, em reunião nesta sexta-feira, 10, em Manaus. “Para nós é uma alegria, principalmente nesse momento que atravessamos, com dificuldades financeiras em todas as cidades e em todos os órgãos. Temos a esperança de que, com o governo do Estado, poderemos fazer novamente uma grande festa. Essa parceria é fundamental”, disse Adelson Albuquerque, presidente do Garantido.
Babá Tupinambá, do Caprichoso, também está otimista. “Sempre esperamos que o governo e a Secretaria de Cultura voltassem a dar seu apoio ao festival, pois sabemos da importância deles”, disse o dirigente do Azul. “Estou feliz também em poder passar essa notícia a Parintins, que sempre quis essa volta”, completou.
Robério Braga conteve a euforia dos dirigentes ao expor a falta de infraestrutura em Parintins para garantir renda aos bumbás. O Aeroporto Júlio Belém, que teve as operações suspensas pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) em outubro passado, é um dos casos. O Porto de Parintins, que também esteve interditado por risco de segurança, foi liberado.
Na avaliação de Robério, os problemas demonstram a dificuldade da cidade sede do festival para obter retorno financeiro com o evento. “Parintins não consegue se beneficiar do resultado da festa. O Governo Amazonino Mendes, lá atrás, levou água, luz, meio-fio e outras estruturas, mas a cidade não saiu do lugar em termos de turismo”, disse o secretário.
Os dirigentes reconhecem essas precariedades e se comprometem em agir para proporcionar melhores condições aos turistas. “A prefeitura está com uma nova visão de conscientização e vai fazer uma reunião, com a presença dos Bois, com proprietários de bares, restaurantes, agências, para se ter preços justos. É inadmissível um bodó que custa para nós R$ 3, na época do festival custar R$ 15. Isso espanta o turista”, admitiu Adelson Albuquerque.