MANAUS – As redes sociais são um território sem lei para os amantes da campanha eleitoral de esgoto. Chamo assim o material que circula na rede com o objetivo de destruir reputações ou desmoralizar candidaturas na base da mentira, ou a prática de desenterrar eventos já passados à limpo com o intuito de manchar o nome de adversários.
Desde a redemocratização do Brasil e a volta das eleições diretas, esse tipo de “recurso” é tirado da cartolas dos mágicos de marketing. Não basta mentir sobre o candidato a quem esse tipo de marqueteiro trabalha; é preciso mentir, também, sobre os adversários, quando estes ameaçam sua candidatura.
No Amazonas, no entanto, quem recorreu à campanha eleitoral de esgoto se deu mal. Nenhum candidato conseguiu mudar o curso da eleição com calúnias, injúrias e difamações. É como se o eleitorado amazonense fosse pouco tolerante com quem parte para a baixaria.
Em grande medida, esse tipo de recurso em campanha é feito de forma clandestina, com material apócrifo, para eximir o candidato autor de qualquer culpa. Mas para o eleitor é óbvio que ninguém vai tirar dinheiro do bolso para manchar a reputação de um candidato sem que por trás esteja outro postulante ao cargo em disputa.
A história não tem servido de lição. As campanhas mais abastadas criam exércitos de “seguidores” nas redes sociais para disseminar “o bem” sobre quem o contrata e “o mal” contra os adversários. E nessa reta final da campanha, a ordem é “detonar” quem os ameaça. Entramos na fase do “vale tudo”. Muita água ainda vai rolar até o dia 6 de agosto.