Da Redação
MANAUS – O senador Eduardo Braga (PMDB), candidato a governador no segundo turno da eleição suplementar, disse, na manhã deste domingo, logo após votar, que foi roubado na eleição de 2014. “A eleição de 2014 nos foi roubada. A Justiça do TRE disse que sim, a do TSE disse que sim e o Supremo Tribunal Federal disse que sim. E só por causa disso nós temos eleições livres e soberanas para o povo decidir. Quem não deve não teme”, disse.
“Desde a proclamação da República e do processo democrático, José Melo foi o primeiro governador cassado por fraude eleitorais na história do Estado e é a primeira vez que um governador é cassado e a Justiça brasileira entrega nas mãos do povo o destino do Amazonas”, relembrou.
Braga considerou que a eleição suplementar é a “mais importante da história do Amazonas desde 1989” porque valerá como estruturação do governo. “Não definirá apenas os próximos 15 meses, definirá os rumos nos próximos dez anos”, afirmou.
Descrédito
O senador reconheceu que há um descrédito com os políticos e que isso se reflete no alto índice de abstenção de votos nulos, mas apelo para o voto consciente. “Brasil vive um momento, desde 2013, em que a classe política está muito desgastada. Por mais que você mostre e demonstre como fazer as mudanças, há uma incredulidade. A democracia é o melhor modelo que nós temos de representatividade e escolher o futuro do Amazonas pelo voto direto é a melhor forma de nós mostrarmos o que queremos para o Amazonas”, disse. “O voto nulo e Branco não vai ajudar a mudar as coisas no Amazonas, vai estar deixando a coisa como está e a turma do José Melo continuará no poder com o Amazonino”, afirmou, referindo-se ao adversário no segundo turno.
Eduardo Braga não poupou críticas ao oponente. “Essa eleição ocorre, primeiro com uma regra de financiamento que retirou, para quem não tem apoio da máquina, recursos para a campanha. Eu pude ver a diferença ne volume de recursos aplicados pelo meu adversário. Eu diria que foi a campanha do tostão contra o milhão”.
Supercontratos
Braga cobrou posicionamentos de Amazonino Mendes que, segundo ele, não foram dados pelo adversário. “Eu não vi uma vez sequer o meu adversário dizer que ia romper o contrato com a Umanizzare (empresa que administra presídios no Estado), o que é um escândalo. O custo da Umanizzare é o custo da vida das pessoas que não têm hoje segurança porque a Polícia Militar não tem recursos. Como pode ser razoável o Estado estar gastando R$ 60 mil por preso e R$ 2,7 mil por aluno ao ano? Cada vida que nós perdemos para o narcotráfico ou para o crime organizado deveria ser debitado a esse contrato absurdo, escandaloso, que levou a uma chacina no dia 31 de dezembro. O que aconteceu contra a Umanizzare desde lá, nada”, afirmou.
“Vamos acabar com o contrato da Umanizzare e com outros supercontratos que totalizam R$ 1,5 bilhão de dinheiro público que deveria estar sendo usado para retomar obras públicas para gerar emprego e renda, para botar remédios nos hospitais, fazer mutirões de saúde, completou. “Meu adversário fugiu de todos os debates no segundo turno. Por que? Porque não tem proposta”, disse.
Vendas
O senador disse que a diferença entre ele e Amazonino e é que “meus mandatos foram conquistados pelo voto do povo”. “Eu tive participação ao lado do Amazonino, mas ele mudou para pior quando se aliançou com pessoas que ele mesmo diz que construíram armadilhas na vida dele. Eu tenho muito respeito pelo Amazonino, mas o Amazonino que eu conheci lá atrás que era uma pessoa que tinha o coração para o povão, não o Amazonino que fez acordo para vender o Porto de Manaus, o BEA, a Cigás e se tivesse escritura do Encontro das Águas, eu não sei se o Encontro das Águas teria sido vendido, disse.
Sobre propostas de campanha, o senador defendeu a plataforma de governo que implantar medidas urgentes para questões críticas. “A nossa chapa propõe ações imediatas para o enfrentamento da questão da segurança e aqueles que estão sofrendo com a insegurança não tem tempo para esperar, precisa de ações imediatas. Na saúde, quem está na fila de cirurgias, consultas e exames não tem tempo para esperar. A geração de empregos é outra situação crítica. Manaus está com recorde de empregos. Dizemos com muita tranquilidade que a mudança tem jeito”.
Braga disse que hoje é um político mais ‘amadurecido’. “Hoje, sou um homem muito mais amadurecido e reflexivo do que era aos 42 anos. É natural. Quando se é jovem, você é muito intrépido. Sempre fui muito cheio de energia e no afã de querer fazer algumas coisa, às vezes a gente pode ter machucado alguém. Eu pedi desculpas e aprendi com meu erros”.