Da Redação
MANAUS – O senador Eduardo Braga (PMDB-AM), ministro de Minas e Energia no governo Dilma, disse, em entrevista ao G1, no domingo, 31, que não vê dolo nos atos da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) e que, no plano jurídico, não houve crime de responsabilidade, mas, segundo ele, o processo de impeachment também é político, o que complica a situação da petista. Braga é um dos parlamentares indecisos sobre a votação final do processo de impeachment da presidente no Senado. “Eu nunca me imaginei em uma situação de definição política como essa, porque esse impeachment, antes de mais nada, é um processo político. Eu não vejo, na presidente, o dolo e o crime de responsabilidade para um impeachment por aspectos jurídicos, mas o processo é também político”, disse Braga.
O senador também disse que “do ponto de vista político (a entrada de Michel Temer), distensionou a crise, mas apenas distensionar politicamente não resolve os problemas do Brasil. Mas ajuda”. Por fim, Braga disse que “reconhece” suas relações históricas com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com Dilma, a quem foi “leal”, mas lembrou que é membro da executiva nacional do PMDB, partido de Michel Temer e tem bom relacionamento com o presidente em exercício.
Braga não participou da votação no Senado que determinou a abertura do processo de impeachment na Casa porque estava de licença médica, solicitada logo depois que deixou o ministério de Minas e Energia.
Outro senador que afirma ainda não ter decidido como vai votar no julgamento final do impeachment é Acir Gurgacz (PDT-RO). O parlamentar, que votou pela abertura do processo, diz que é “indelicadeza” ir para um julgamento com posicionamento já tomado. O PDT, partido de Gurgacz, é aliado de Dilma Rousseff e tem recomendado que seus parlamentares votem contra o impeachment. O senador, no entanto, diz que não terá problema em não seguir uma orientação do partido.
O impeachment está na fase intermediária, na qual os senadores devem dizer se Dilma deve ou não ir a julgamento final. Nesta semana, encerram-se os trabalhos da comissão especial que analisa o caso, com a votação do relatório de Antonio Anastasia (PSDB-MG) na quinta-feira (4).
Depois, no dia 9, o plenário do Senado deve analisar o parecer. Se a maioria simples (metade dos presentes mais um, desde que estejam presentes pelo menos 41 senadores) aprovar um eventual relatório dizendo que a denúncia de crime de responsabilidade contra Dilma procede, o caso vai para a última fase.
(Com informações do portal G1)