Texto critica reportagem do Fantástico e desqualifica as fontes que prestam depoimento à repórter da Rede Globo
MANAUS – O Blog em Destaque, do município de Coari, saiu em defesa do prefeito Adail Pinheiro, nesta segunda-feira, depois da reportagem do Fantástico sobre exploração sexual no município. Com o título “Coari não é a central brasileira da pedofilia”, o texto critica a reportagem da Rede Globo e diz que em outros lugares do Brasil os crimes sexuais contra crianças e adolescentes são mais frequentes.
O texto também desqualifica as fontes de informação da matéria do Fantástico e diz que os depoimentos são de mulheres ligadas a políticos que tem interesse na derrubada de Adail Pinheiro do poder.
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“Como coariense que sou, declaro que o meu município não é a “central brasileira da pedofilia”. O fantástico não apresentou dados, números, estatística mas usando um tom totalmente sensacionalista declarou o que Coari era o que não é. Já esclareço.
Números de 2012 revelam que Minas Gerais ocupa o 4º lugar no ranking nacional de denúncias envolvendo o abuso sexual de crianças e adolescentes, atrás somente da Bahia, São Paulo e Rio de Janeiro. Nos primeiros quatro meses de 2012, foram registrados, por meio do Disque Direitos Humanos (Disque 100), 692 casos. O Estado mantém a mesma posição na lista em relação à exploração sexual, com 190 denúncias no mesmo período. A implementação e ampliação do serviço faz parte do conjunto de ações de combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, proposto pelo Governo Federal, que completa uma década sem muitos avanços. O Amazonas não ocupa essas posições, muito menos os municípios amazonenses.
Não é que não haja casos de abusos sexual. Todos sabem que em todos os municípios do Brasil ocorrem casos os mais diversos. Mas daí declarar sem a comprovação real é querer ofender o povo de Coari.
Todos sabem a briga acirrada pelo poder que está em andamento em Coari. Muitos perceberam e já descobriram na matéria que as três principais mulheres que deram as declarações mais contundentes são parentes de um homem que até pouco tempo fazia esforços políticos para tentar forçar o julgamento do processo eleitoral, fazendo inclusive palanque político com um deputado federal, opositor político do prefeito e aliado de primeira hora do segundo colocado nas eleições. Sim… Duas irmãs e uma sobrinha deste senhor que tentou e não conseguiu influenciar politicamente a justiça eleitoral. Elas foram as principais protagonistas da reportagem. A proximidade política tira em muito a credibilidade das declarações.
O conselheiro, com todo respeito à função dos conselheiros também não tem isonomia. Era animador da campanha do segundo colocado que devido o julgamento em andamento no TSE tem interesse direto na derrocada política do prefeito. Meu objetivo aqui não é pontuar os aspectos da matéria: o farei se necessário pois há alguns pontos que precisam ser aclarados e a justiça o fará.
Vi o procurador e o desembargador muito firmes em suas palavras e tenho certeza que cabe a justiça avaliar os aspectos dos processos que estão sob os cuidados do judiciário. E sei também que o prefeito nunca se furtou de prestar os devidos esclarecimentos a justiça como é o direito de qualquer cidadão, seja ele político ou não. Fica aqui a máxima de que cabe a quem acusa o ônus da prova.
Agora, dizer por conta de acusações pontuais que Coari é a central brasileira da pedofilia é uma ofensa à todos coarienses. Isso é inaceitável.
Não há evidência maior de exploração sexual do que a gravidez de menores. Observe estes números. Na Bahia, onde a BR-101 tem início vinda do Sudeste, 15 cidades cortadas pela BR têm médias superiores a 25%, bem acima do registrado no Estado –21,9%. Em Itapebi, cidade no entroncamento da BR-101 com a BA-275, por exemplo, o índice de gravidez na adolescência chega 34,9% do total de mulheres. Já em Teolândia, cortada pelas BRs 101 e 420, o índice é ainda maior: 35% das grávidas eram crianças ou adolescentes. As cidades de Buerarema, Ubaitaba, Itabela, Itamaraju, Itajuípe e Ubaitaba também apresentaram índices superiores a 30% de gestantes com menos de 20 anos. Os índices em Coari nem chegam perto desses números.
Então fica aqui o meu repúdio como coariense. De alguém, que fique bem claro, que é contra a pedofilia. Sou tão contra a pedofilia assim como sou contra ao uso político, eleitoral de uma causa tão nobre.”