Da Redação
MANAUS – As crianças com menos de 12 meses de vida que estão sendo imunizadas contra o sarampo, em Manaus, devido ao surto da doença, devem voltar a tomar a vacina tríplice viral, que também combate a caxumba e rubéola, ao completarem 1 ano de idade. A orientação é do Programa Estadual de Imunização, da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM), vinculada à Secretaria de Estado de Saúde (Susam). É neste período que começa o esquema vacinal exigido pelo Ministério da Saúde.
A coordenadora do programa, Izabel Nascimento, disse que a vacinação pode ser feita em qualquer Unidade Básica de Saúde (UBS). O Calendário Básico de Vacinação para o sarampo é formado por duas doses, que deverão ser aplicadas até os 29 anos. Na rotina normal, a primeira dose é aos 12 meses (no Amazonas, antecipada para 6 meses devido ao surto da doença) e a segunda aos 15 meses. Nesta idade, a criança toma a vacina tetraviral, que protege contra o sarampo, caxumba, rubéola e varicela (catapora). “Caso ela tome só a primeira dose não estará imunizada completamente, e corre o risco de contrair sarampo”, disse Izabel.
Na faixa-etária de 2 a 29 anos, Izabel afirma que o recomendado é administrar duas doses (tríplice e tetraviral). Para quem ainda não se vacinou, na faixa de 30 a 49 anos, deverá tomar apenas uma dose da tríplice viral. “Quem não foi vacinado até 49 anos, tem que procurar se imunizar”, ressaltou.
De acordo com a coordenadora, quem tomou as duas doses da vacina pode vir a ser vacinado novamente, em caso de imunização de bloqueio, que é feita na área onde a doença é registrada. Mas, em geral, não precisa.
Izabel esclarece que são poucos os casos de contraindicação para a vacina. Não pode tomar a vacina, por exemplo, quem faz tratamento prolongado com corticoides (anti-inflamatórios geralmente usados por portadores de doenças crônicas, como artrite, asma ou alergia). A vacina só é recomendada, caso a pessoa esteja no período de abstinência dos medicamentos de 15 a 20 dias.
A vacina também não pode ser aplicada em crianças com alergia à proteína do leite de vaca. Para esses casos, deve ser apresentado atestado médico, para que possa ser administrada uma vacina especial, a tríplice viral, mas de outro laboratório. Esta vacina, no Estado, é encontrada na Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD).
Mulheres grávidas também não podem se vacinar, segundo Izabel. Caso ainda não tenham se imunizado, devem esperar o período puerpério (resguardo).
As reações adversas à vacina são bem poucas. Dentre elas, o aparecimento de manchas vermelhas, semelhantes às de sarampo, mas que não são indicação da doença, apenas um efeito colateral. Izabel ressalta que a vacina é a principal forma de prevenção contra o sarampo, doença grave e que pode matar. “Por isso, é de suma importância a vacinação”, afirmou, lembrando, também, que é de responsabilidade dos pais a imunização dos filhos. “Não apenas contra o sarampo, mas contra todas as doenças preveníveis por meio da vacinação”, complementou.
Sobre a doença
O vírus causador do sarampo é espalhado por tosse e espirros, contato pessoal próximo ou contato direto com secreções nasais ou da garganta. Entre os sintomas da doença estão erupção vermelha em todo o corpo, febre, corrimento nasal, olhos vermelhos e tosse. Entre as complicações mais graves estão cegueira, encefalite (infecção acompanhada de edema cerebral), diarreia grave (que pode provocar desidratação), infecções no ouvido ou infecções respiratórias graves, como pneumonia.
Pessoas com sinais de sarampo devem ser levadas a um centro de saúde, imediatamente. Todos que tenham entre 6 meses (no caso do Amazonas) ou 12 meses até 49 anos deve se imunizar contra o sarampo.