Por Maria Derzi e da Redação
MANAUS – O aumento do valor da passagem de ônibus é inevitável e, ao mesmo tempo, considerado uma possibilidade para evitar novas paralisações da frota de ônibus do transporte de passageiros em Manaus, disse o prefeito em exercício Marcos Rotta (PMDB). Rotta é o responsável por negociar com os empresários o pagamento de 8% de reajuste salarial para cobradores e motoristas, motivo da greve de terça-feira, 17. A frota de 1,4 mil ônibus ficou nas garagens e deixou mais de 800 mil pessoas sem transporte público na capital.
Rotta disse que o aumento da tarifa ainda não foi discutido. “Mas eu acho que isso é algo inevitável. Vamos ter que começar a discutir isso em determinado momento. Estamos há três anos sem reajuste de tarifa. Isso não ocorreu em nenhuma cidade brasileira. Então, na minha concepção, e eu ainda não discuti isso com o prefeito (Arthur Neto, que está viajando), penso que para que a gente atenda ao reclame dos rodoviários e ao reclame das empresas vamos precisar discutir, sim, o aumento da tarifa em algum momento. Não sei se agora, se daqui a um mês ou dois, mas vamos ter que começar a discutir esse aumento, sim”, declarou.
Atualmente, o valor da passagem é de R$ 3,15, que vigora desde 2014. O passageiro paga R$ 3 e a prefeitura subsidia os R$ 0,15. Por mês, esse subsídio custa R$ 1,3 milhão ao contribuinte, dinheiro que é repassado às empresas. O aumento desse subsídio é outra opção para atender tanto os trabalhadores quanto os empresários. O governo do Estado pagava 1,5 milhão para complementar o subsídio, mas deixou de fazer o repasse no ano passado. Caso decida pelo aumento, a prefeitura arcará com o dinheiro extra sozinha.
O prefeito em exercício disse que não há nenhum índice pré-definido. No ano passado, o Sinetram (Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Amazonas) obteve, na Justiça, um reajuste de 12,37% elevando o valor da passagem para R$ 3,54. A Procuradoria Geral do Município (PGM) recorreu e o processo depende de julgamento no STJ Superior Tribunal de Justiça).
“Ainda não temos um estudo sobres isso, mas é claro que a prefeitura vem monitorando essa questão. As empresas vão querer aumentar o que eles consideram justo e cabe a Prefeitura ter sensibilidade de compreender, primeiro que ela já subsidia o sistema. Segundo, que o prefeito está levando muito em consideração o momento que estamos vivendo. Nós estamos passando por uma crise e este ano será de recessão, um ano de desemprego. Temos que ter muita cautela, sensibilidade e responsabilidade. É um momento em que todos devem fazer um esforço para compreender o que estamos vivendo”, disse.
Como considera inevitável o aumento, Rotta disse que vai cobrar das empresas melhorias constantes do sistema de transporte de passageiros. “Estamos trabalhando para implantar um novo modelo de transporte coletivo. O prefeito está na Colômbia conhecendo o Transmilênio, que é, atualmente, o melhor, o mais popular e o de maior satisfação do usuário que temos hoje no mundo, disse. “Vamos ter um apanhado do que temos no Brasil e no mundo, verificar as alternativas e adequar os melhores modelos à realidade financeira e urbana da cidade de Manaus. Mas, é claro que não podemos falar de aumento da tarifa sem a melhoria do sistema”, condicionou.
Conforme Rotta, a preocupação é conciliar os interesses de empresários e trabalhadores. “Precisamos levar em consideração os interesses dos rodoviários, os interesses das empresas, mas acima de tudo vamos levar como prioridade os interesses da população”, disse. “Existe um dissídio coletivo, do ano passado, que eles (rodoviários) estão reivindicando. Isso é justo. As empresas, por sua vez, reclamam que estão defasadas na tarifa. Então, precisamos encontrar um ponto de equilíbrio”.
Defasagem
Assessor jurídico do Sinetram disse que o valor anteriormente reivindicado para a passagem de ônibus já está defasado. “Quem define o valor da tarifa é o poder concedente através de um estudo técnico que vai apontar o percentual de gastos das empresas atualmente. Ainda não sabemos qual seria o valor para cobrir esses custos. O valor de R$ 3,55 já está defasado, pois foi estipulado de acordo com o levantamento feito no ano de 2015, disse.
Fernando Borges disse que a aquisição de ônibus novos dependerá de crédito da própria prefeitura. “Depende do órgão gestor prever recursos, pois se na planilha constar esse item, com certeza as empresas irão adquirir novos carros”, declarou.
Borges condicionou o pagamento do reajuste salarial dos rodoviários ao aumento da tarifa. “O percentual que a planilha apontar e havendo recurso previsto, o reajuste será repassado aos funcionários, disse.
Lembre-se a responsabilidade que tem os rodoviários,um patrimônio de um valor, mais a vida, que não tem dinheiro que pague,tudo isso por um salário de miséria não dá pra nada, se o salário mínimo conhece acom pagando a inflação, estava em média hoje
C$ 2.500,00 como deve um profissional cheio de curso receber um salário de miséria
Pelo menos esse tem coragem de falar em aumento….ja o prefeito dele prefere ir passear em bogota, fugindo de suas responsabilidades que que isso