A auditoria determinada pelo governador José Melo (Pros) na Fapeam (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas) vai muito além das questões envolvendo o pagamento de bolsas de estudo a quem não está estudando. De acordo com o próprio governador, o pente fino que está sendo realizado na instituição quer analisar a qualidade das pesquisas que estão sendo financiadas com dinheiro público e se elas tem importância para o desenvolvimento do Estado. “O dinheiro de ciência e tecnologia é um dinheiro que tem que ser utilizado para projetos de pesquisa voltados para o interesse do Amazonas. Não me interessa uma pessoa tirar o dinheiro do Amazonas para uma pequisa que vai discutir o caramujo africano. Então, agora, nós estamos fazendo uma auditoria, primeiro, para trazer a ciência e tecnologia para aquilo que é interesse nosso. O que adianta eu ter a região mais rica do país se não estou estudando essa região, olhando para os nossos filhos lá na frente. Agora é um novo direcionamento. E segundo, tem-se notícia de algumas coisas que não são absolutamente corretas e eu sou um governador que quando tem essas notícias eu ajo”, disse o governador, em entrevista na manhã desta sexta-feira, no Tribunal de Contas do Estado.
Quem investiga
A auditoria está sendo feita, segundo o governador, por uma equipe de quatro pessoas: um membro da Casa Civil, um membro da Procuradoria Geral do Estado e dois professores da Universidade do Estado do Amazonas.
Quantidade x qualidade
A qualidade das pesquisas financiadas pelo Estado sempre foi objeto de questionamento do setor mais crítico da imprensa, mas tais críticas sempre ficaram mais no âmbito privado. Desde que foi criada, em 2002 (passou a funcionar de fato em 2003), a Fapeam sempre esteve mais preocupada com os números e menos com a qualidade dos seus bolsistas. Só a título de exemplo, era regra financiar qualquer aluno de doutorado, independente da pesquisa que ele se propusesse a fazer.
“Pediu pra sair”
O governador José Melo, ao falar das mudanças no secretariado promovida recentemente, disse que a secretária Waldívia Alencar (ex-Seinfra) já havia lhe dito há algum tempo “que iria arrumar as coisas para sair”. Em entrevista ao AMAZONAS ATUAL, um mês antes de ser exonerada, a secretária disse o contrário: “Se ele [Melo] diz que no governo dele fica quem trabalha, eu tenho uma certa tranquilidade, mas não me sinto segura”, disse ela, sobre sua permanência na pasta.
Também pediu
Outro que o governador disse que também pediu para sair foi o coronel Louismar Bonates (ex-Seap). “O secretário penitenciário já há muito tempo ele tinha me pedido para preparar uma pessoa para ir pra lá, também”. Bonates saiu depois de um processo de fritura e uma série de ações atabalhoadas na Secretaria de Administração Penitenciária.
Fase de adaptação
Antes do início da sessão de homenagens do TCE, o deputado Belarmino Lins (PMDB) navegava nas redes sociais com um smartphone. Colocado nas redes sociais recentemente por um assessor, o parlamentar disse que se rendeu às TICs, mas avisou que ainda está se adaptando às ferramentas.
Mais fora Lobo
Os servidores da Sefaz desistiram da greve anunciada antes da votação do Projeto de Lei que mudou as regras de reajuste da produtividade, mas estão determinados a ir mais longe com o pedido de “Fora Lobo”. Nesta sexta-feira, 9, pelo segundo dia consecutivo, eles fizeram manifestação para pedir a saída do secretário da Sefaz.
Reunião relâmpago
Para corrigir a trapalhada do governador e ainda participar do evento no TCE, os deputados estaduais realizaram uma reunião relâmpago e extraordinária nesta sexta-feira para aprovar o veto ao artigo da lei complementar que fazia a fusão da Secretaria da Pessoa com Deficiência à Seas. A sessão foi tão rápida que houve jornalista voltando à empresa em que trabalha informando que não houve a reunião. Ela existiu, o veto foi aprovado e a Seped foi mantida como antes.
Nova greve na polícia
Os praças da Polícia Militar do Amazonas se reúnem em assembleia extraordinária neste sábado, 10, para decidir se fazem uma nova greve. O encontro é promovido pela Apeam (Associação dos Praças do Estado do Amazonas) e demais associações que representam a categoria. Eles alegam falta de resposta decisiva por parte do Governo do Estado, que não mais atende aos apelos dos militares no que diz respeito às promoções e também à data base. A última greve da Polícia Militar foi realizada no dia 28 de abril de 2014. À época, o governador tratou a paralisação como um “movimento reivindicatório” para não punir os praças.
Cambistas à vontade
Mesmo com a presença de dezenas de PMs no entorno da Arena da Amazônia, a ação dos cambistas na fila dos caixas era feita sem constrangimentos. Leitor do AMAZONAS ATUAL foi abordado três vezes pelos cambistas. “Vai ingresso ai patrão!? Mesmo preço e tu nem vai pegar sol”.
Desorganização
O sol também foi motivo de reclamação dos clientes da empresa Guichê Web, que vendeu os ingressos pela internet. Mesmo cobrando R$ 4,00 de taxa pelo ingresso online, o torcedor ainda tinha que trocar a guia impressa no site pelo ingresso nos caixas da Arena da Amazônia. O que deveria ser comodidade, se transformou em transtorno e aumento do valor do ingresso.