Em 25 estados brasileiros e no Distrito Federal, ocorreram dia 16 de dezembro manifestações e atos públicos em defesa da democracia, da legalidade e contra a tentativa de afastamento da presidenta Dilma.
Foram quase 300 mil pessoas às ruas para denunciar o golpe contra o povo e contra o estado democrático de direito. Em Manaus, cerca de 5 mil pessoas participaram do ato que começou na Praça São Sebastião e em caminhada terminou na Av. 7 de Setembro. Organizado pela Frente Brasil Popular, contou com a participação de partidos políticos (PT, PCdoB, PDT, PSOL), entidades sindicais e estudantis, movimentos sociais, professores, e diversos grupos que lutam por moradia.
O ato também foi contra a corrupção e pedindo o afastamento do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, por envolvimento em inúmeros casos de corrupção, e que usa o seu cargo para dificultar as investigações e para atingir a presidenta Dilma.
Muitos moradores da comunidade Cidade das Luzes e da comunidade Coliseu, que recentemente foram desalojados e tiveram suas casas destruídas, a pedido do prefeito de Manaus, denunciavam a falta de política de moradia por parte da Prefeitura e do Governo do Estado.
Estamos vivendo um momento da história do Brasil, de fortalecimento das instituições, onde o combate à corrupção acontece, investigando e prendendo pessoas que no passado eram consideradas intocáveis. Dilma sancionou recentemente a lei que, pela primeira vez em nossa história, permitirá a condenação também dos corruptores. Antes, as empresas que corrompiam os políticos e funcionários públicos não eram punidas. Agora, os donos das maiores empreiteiras do país, os mais ricos, também são condenados.
Além disso, no atual governo da Dilma, os órgãos de fiscalização e investigação, como o Ministério Público e a Polícia Federal, estão podendo investigar sem a interferência do Executivo. As investigações da Operação Lava Jato mostram o envolvimento de muitos partidos e empresas na corrupção. Teve empresário que informou que repassou dinheiro para políticos de 28 partidos. Quase todos.
Junto ao STF, foram denunciados 49 políticos ou ex-políticos, de diversos partidos, incluindo o Eduardo Cunha , presidente da Câmara dos Deputados e Renan Calheiros, presidente do Senado, ambos do PMDB. Quase 30 dos deputados do PP estão acusados. Foi preso o senador Delcídio do Amaral, por atrapalhar as investigações (algo inédito no país). Esses dias, a polícia fez buscas na casa de Cunha e também políticos do PMDB, Solidariedade, PP, PSB, na operação Catilinárias.
Dilma foi eleita democraticamente. Teve a maioria dos votos do povo brasileiro. As suas contas de campanha foram aprovadas. Ela não responde a nenhum processo que envolva corrupção ou desvio de dinheiro público. Mas, desde o ano passado, a oposição e setores da grande mídia tentam tirá-la do poder, tentam um golpe contra a democracia.
Foi apresentado um pedido de afastamento (impeachment) junto à Câmara dos Deputados, sem nenhuma prova de irregularidades e justificativas previstas na Constituição Brasileira.
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, tentou usar de sua influência para barganhar com partidos da base do Governo a manutenção do seu mandato, não conseguindo, agora tenta de qualquer jeito dar andamento no processo e também tenta impedir que o Conselho de Ética investigue o próprio Cunha por atos de corrupção. No dia 16 de dezembro, o Ministério Público Federal pediu ao STF que Cunha seja afastado de suas funções, por receber propina, chantagens, intimidações, abuso de poder, receber vantagens indevidas, manobras espúrias e obstrução em investigações e ameaças contra membros da comissão de ética.
Várias entidades e personalidades da sociedade brasileira se manifestaram contra o golpe que se tenta contra o povo brasileiro. Artistas, intelectuais e pessoas ligadas à cultura, como Chico Buarque, fizeram uma Carta ao Brasil onde dizem que “não aceitaremos qualquer retrocesso nas conquistas históricas que obtivemos no Brasil”. Também se manifestaram contra o golpe o MST, a CNBB, o Conic, partidos como o PSB, PSOL, PCdoB, PT, PDT e inúmeras instituições da sociedade civil.
O certo é que o povo nas ruas disse Não ao Golpe e Fica Dilma!
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