Da Redação
MANAUS – As UBS (Unidade Básica de Saúde) em Manaus são alvos de assaltos frequentes. Em média, cinco ocorrências são registradas por dia na Polícia Civil. Os bandidos abordam pacientes e funcionários, tanto dentro quanto fora dos estabelecimentos. Na UBS Dr. Rayol dos Santos, na Avenida Constantino Nery, zona centro-sul, médicos e enfermeiros trabalham com medo.
Na condição de anonimato, pois temem represálias, funcionários ouvidos pelo AMAZONAS ATUAL disseram que vivem apreensivos. Há dois meses, assaltantes invadiram a UBS, renderam servidores e pacientes e levaram aparelhos celulares, um frigobar, um bebedouro e o carro de uma enfermeira. Nessa sexta-feira, por volta do meio dia, três homens se passaram por pacientes, esperaram reduzir o movimento de pacientes e anunciaram o assalto. Eles estavam armados com revólveres e roubaram o carro de uma servidora, o Siena de placa HAB-2209. O veículo foi levado pelos bandidos na fuga.
“Pacientes disseram que esses três homens já estavam há muito tempo por aqui. Entravam e saiam da unidade, compravam lanche nas bancas aqui perto. Quando uma servidora percebeu, eles já estavam rendendo ela com a arma. Achamos que eles queriam mesmo era assaltar a unidade, mas viram a oportunidade e levaram o carro da moça”, disse um dos servidores.
A UBS também não tem iluminação externa, o que favorece a ação dos marginais. “Quase todos os dias tem um assalto aqui. Antes, até tinha uns guardas municipais que garantiam uma certa segurança, mas eles deixaram de vir e desde então a situação piorou, o número de assaltos aumentou”, disse o servidor.
O estacionamento em frente UBS também é utilizado por funcionários do Hospital Psiquiátrico Eduardo Ribeiro. “Tem até uma guarita na frente, mas não tem vigilante para nos atender”, disse o servidor.
M nota, a Semsa (Secretaria Municipal de Saúde) confirmou que houve um assalto no estacionamento compartilhado da UBS Dr. José Rayol com o Hospital Psiquiátrico Eduardo Ribeiro, em que o carro da servidora foi levado. “Quanto a roubo na parte interna da unidade até o momento não procede”, informou.
Conforme a Semsa, o estacionamento não é considerado propriedade da Prefeitura de Manaus por ser compartilhado com o hospital, o que impede a empresa de segurança contratada pela Semsa de tomar providências de reposição de bens materiais. “A Semsa ressalta que suas unidades contam com o serviço de monitoramento e vigilância prestado por uma empresa do ramo que também realiza a reposição de bens e, além disso, mantém constante atualização das ocorrências junto à Secretaria Segurança Pública (SPP-AM) pelos registros de Boletins em Delegacias e reuniões mantidas com a gestão do órgão destacando a reincidência de casos no último ano e com a declaração de apoio nas áreas mais atingidas”, diz, na nota.
Desde janeiro, mais de 150 unidades de saúde foram alvo de roubos, assaltos e furtos, e, nas últimas semanas de novembro, os casos passaram a chamar mais atenção pelo aumento expressivo no número de ocorrências e pela violência dos atos, com ameaças e agressões mais constantes aos servidores e usuários das unidades.