SÃO PAULO – Parei para ler alguns comentários no meu facebook, confesso que com a rotina tive pouco tempo para as redes sociais nesses últimos meses, porém algo me chamou atenção. Percebi que as pessoas preocupam-se com apenas uma coisa, “reclamar”. Postei um texto com teor irônico sobre “acordar cedo para trabalhar ser doloroso” as pessoas encheram meus comentários com problematizações. Óbvio que eu gosto de chamar atenção para alguns assuntos, colocar assuntos em pauta, porém o que acontece com meus “colegas de geração” é um efeito bastante interessante, um vício bem peculiar e contagioso. As redes sociais abriu um espaço, deu voz para quem antes não podia dizer que pensava, e agora quase como uma avalanche de pessoas especialistas em tudo as redes sociais são tomadas por especialistas que opinam e reclamam de tudo. Isso é bom e ruim e eu juro que posso explicar. Há alguns anos os jovens passaram por um processo de “emburrecimento” foi a época onde ninguém se interessava por política e a economia do país era assunto de “gente velha”. A tecnologia nos trouxe informação e uma boa safra de jovens interessados em assuntos que antes eram esquecidos. Quanto ruim é todo esse interesse? Quando falamos engajamento subentende-se movimento, o que não é o caso. Acontece que a maioria dos jovens super engajados da internet, sabem apenas reclamar. Um corpo reclamão parado é apenas um corpo reclamão parado, ou seja? serve para nada, quem sabe para perder seu tempo reclamando sobre qualquer coisa em posts alheios. É uma confusão de sentimentos que tenho todas as vezes que penso na gente, jovens dos anos atuais. Um orgulho de fazer parte da juventude mais engajada em assuntos sociais e ao mesmo tempo da turma de jovens que reclamam tanto mas não fazem absolutamente nada para o mudar o mundo que o rodeia. Salvo as exceções.