SÃO PAULO – Essa semana coincidindo com o dia do meu aniversário, conheci um senhor chamado Carlos Eduardo, morador de rua, pai de dois filhos. Eu estava sentada almoçando em uma das barracas da praça da liberdade quando ele com muita delicadeza pediu um momento de atenção, prometendo que não me assaltaria e nem pediria dinheiro. Eu imediatamente virei a cabeça em direção a ele e sorri, no mesmo momento ele revelou que já fazia alguns anos que alguém havia sorrido para ele. Aquilo mexeu comigo de uma forma tão extraordinária, me fazendo ter muito interesse em continuar escutando aquele senhor. Enquanto ele montava uma arte que aos poucos ia tornando-se uma flor, ele me contava com riqueza de detalhes quão mal tratado ele era pelas pessoas que passavam por ele, “elas costumam me tratar muito mal, algumas pessoas até cospem em mim, parece que têm nojo”, revelou Carlos com os olhos marejados e com a voz trêmula de quem não estava confortável em contar aquela história. Quando ele me entregou a flor eu pedi que sentasse que eu pagaria um almoço, prontamente Carlos Eduardo aceitou mas pediu que levasse pois precisava dividir com os filhos. Antes de me despedir de Carlos o desejei boa sorte e boa vida, ele me respondeu da forma mais inesperada possível, “obrigado por me escutar”.
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Foi um ato muito bonito,que isto sirva de lição para todos nós!