Por Lúcio Pinheiro, da Redação
MANAUS – Na véspera do terceiro protesto de professores neste mês contra a gestão da Semed (Secretaria Municipal de Educação), o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), convocou jornalistas para uma entrevista coletiva na tarde desta terça-feira, 26, e acusou os organizadores do ato de tramarem contra a educação de crianças.
“É difícil conversar com quem fala em boicotar o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica). Boicotar as crianças é assassinar o futuro”, declarou o prefeito. Na entrevista, Arthur exibiu conversas de um aplicativo de mensagens instantâneas, atribuídas a professores, onde são expostas as estratégias e objetivos das manifestações.
Nas conversas, os interlocutores falam em reter notas de alunos e em não dar aulas, como forma de pressionar o prefeito a ceder às exigências do movimento. Além de desqualificar o novo ato programado para esta quarta-feira, 27, o prefeito dedicou boa parte do tempo para criticar os erros de concordância e ortografia dos textos, segundo ele, de autoria de professores da rede municipal de Educação.
Os professores da Semed estão insatisfeitos com a forma que o município está aplicando as verbas do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização do Profissionais de Educação).
Os atos contra o governo tucano têm sido organizado pelo movimento denominado “Fundeb para Todos”. O grupo se define como uma organização dos Trabalhadores da Educação que luta por transparência no uso dos recursos do Fundeb e pelo repasse imediato para os professores e pedagogos dos valores do fundo que não foram aplicados no ano de 2016.
O prefeito nega que haja sobras no Fundeb, e que praticamente toda a verba que chega ao município é aplicada na folha de pagamento da Semed. O que sobra é investido na melhoria de escolas.
A primeira manifestação contra a Semed foi realizada dia 12, a segunda dia 22, e a terceira está programada para esta quarta.
Os educadores reclamam da falta do pagamento da data-base deste ano. Também exigem que o município distribua R$ 109 milhões do Fundeb em forma de abono, a exemplo do que fez o Governo do Estado.
Arthur prometeu pagar a data-base de 2017 em 2018. E repetiu que não repassará as verbas do Fundeb aos professores em forma de abono. “Abono é coisa do governo Sarney. Não trabalho com abono. Abono não contará para aposentadoria. Trabalho com progressão de profissional”, declarou o tucano.
Atentado contra os alunos é não investir na infraestrutura, com condicionadores de ar que não funcionam, pois estão com mais de 10 anos de uso! Nem o fardamento escolar essa gestão distribuiu para os alunos de Manaus! Agora quer enganar os professores e a população retendo uma verba federal que é o FUNDEB! Por que isso??