MANAUS – O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), disse, na manhã desta quinta-feira, 17, em entrevista à rádio Tiradentes, que é um insulto dizer que o governador José Melo (Pros) fraudou a eleição de 2014, em que ele foi reeleito. A afirmação foi uma referência à decisão do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Amazonas, que julgou um dos processos contra o governador, nesta quarta-feira, 16, que acabou com o placar de 5 x 0 e foi interrompido por um pedido de vista.
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Arthur afirmou que ele teve a eleição fraudada em 2010, quando disputou a reeleição para o Senado e foi derrotado pela senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB), que disputou a eleição na chapa de Eduardo Braga (PMDB), que tinha como chapa ao governo do Estado o então governador Omar Aziz (PSD) e como vice, o atual governador José Melo.
“Dizer que o Melo fraudou a eleição é forçar uma barra danada. Eu posso dizer que fraudaram as eleições de 2010, até quem falou sabe que fraudou. Agora, aquela surra [de Melo sobre Braga] é até um insulto para os amazonenses dizer que houve fralde, em que a capital se pronunciou com 60% contra 40%, com 20% de diferença. Acusam quem de vender o voto? Os 20 ou os 60 [por cento]?”, questionou o prefeito.
No julgamento do TRE, os juízes consideraram que houve compra de votos nas eleições de 2014, a partir de uma investigação da Polícia Federal, que apreendeu documentos e dinheiro em um comitê de campanha do governador José Melo, dias antes do segundo turno das eleições. Os documentos foram encontrados com Nair Blair, que falava a um grupo de eleitores e pastores de igrejas evangélicas em nome do governador.
O caso foi denunciado no programa Fantástico, da Rede Globo, em março deste ano. Entre as denúncias havia, inclusive, a troca de votos por reforma de sepulturas em cemitérios de Manaus.
O relator do processo, o jurista Francisco Marques, seguiu o parecer do Ministério Público Eleitoral, a favor da cassação do governador Melo e do vice-governador Henrique Oliveira. Em seguida, outros quatro membros do TRE votaram com o relator. Três deles apresentaram o voto mesmo depois de um pedido de vista do juiz Marcio Meirelles, que suspendeu o julgamento. O voto-vista de Meirelles deve ser apresentado só depois do recesso forense, em janeiro de 2016.