Thomaz Nogueira havia dito que o Distrito Industrial não é um condomínio e que a Suframa não tem responsabilidade legal
MANAUS – Depois da publicação de reportagem no Amazonas Atual, na sexta-feira (22 de novembro) em que o superintendente da Suframa, Thomaz Nogueira, dizia que a responsabilidade pela recuperação das ruas do Distrito Industrial era da Prefeitura de Manaus, o prefeito Arthur Virgílio Neto (PSDB) emitiu nota áspera em que considera “um leviandade jogar qualquer parcela de culpa” sobre o município.
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Nogueira disse, em entrevista coletiva, na sexta-feira, que o Distrito Industrial não era um condomínio, e que a área foi entregue para o município, que deveria cuidar dela. A reclamação de Nogueira foi motivada por um protesto, na manhã daquele dia, de moradores de um condomínio, que parou o trânsito no Distrito Industrial. Eles reivindicavam a recuperação das vias do DI, que estão praticamente intransitáveis por conta de buracos.
No final do ano passado, a Suframa firmou convênio com o Governo do Amazonas para recuperação das vias do DI, mas por uma série de problemas, as obras foram paralisadas e só foram retomadas na última sexta-feira. Ao comentar o convênio, Nogueira disse que reconhecia o esforço da prefeitura em recuperar as vias e que a Suframa estava colaborando com esse esforço, mas não tinha responsabilidade pelo estado das ruas do parque industrial. “Nós entendemos que a Prefeitura de Manaus está fazendo um esforço na recuperação da cidade e nós estamos colaborando com esse esforço. Mas a responsabilidade primária é da prefeitura. A Suframa não tem competência legal nem regulatória para isso”, disse.
Arthur não gostou e emitiu a seguinte nota na sexta-feira:
“Prefeito esclarece sobre infraestrutura das ruas do Distrito Industrial
O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, vem, por bem da informação pública, esclarecer os equívocos na comunicação sobre os problemas de infraestrutura nas ruas do Distrito Industrial:
Tão logo tomei conhecimento da possibilidade de um convênio do Estado com a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) para o recapeamento completo das ruas do Distrito Industrial 1, assinei a autorização para o que o Estado pudesse atuar na operação desta obra tão relevante.
Em março, a Secretaria de Infraestrutura do Município se ofereceu, por meio de um ofício, para fazer uma operação tapa-buraco no Distrito Industrial enquanto o convênio não iniciava. A resposta, dois meses depois, foi que não precisava desta ação porque haveria uma ação mais profunda com uso dos recursos federais do convênio.
Considero justo o superintendente da Suframa, Thomaz Nogueira, dizer que o Distrito Industrial não é um “condomínio fechado isento da ação da PMM”. Neste episódio específico, porém, considero uma leviandade jogar qualquer parcela de culpa sobre a Prefeitura de Manaus.
O superintendente sabe da imediata autorização que dei para a realização do convênio. Sabe que recebeu solicitação da Seminf para atuarmos no tapa-buraco. Sabe que só dois meses depois respondeu dizendo que a ação da Prefeitura não seria necessária por conta das obras do convênio.
A conclusão para as mentes intelectualmente honestas é que a Prefeitura não se omitiu. Agiu, transmitindo o direito da obra para o governo do Estado. Não se omitiu porque ofereceu o tapa-buraco. Portanto, não tem nenhuma responsabilidade pelo que se passa naquela área vital para a estabilidade da economia amazonense.”