Ao justificar a devolução do dinheiro usado na compra de ingressos por secretários e vereadores, o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB) disparou um veneno contra o senador e líder do governo Dilma Rousseff no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM) e candidato ao Governo do Amazonas. De quebra, acertou também o companheiro dele, o ex-governador Omar Aziz (PSD). Arthur explicava que não precisava tomar tempo do Ministério Público com o episódio da farra dos ingressos, que o prefeito tratou como “besteiras”, e disparou: “A gente tem que deixar o MP livre para poder investigar coisas mais sérias, mais graves como o superfaturamento na Ponte Rio Negro e na Arena da Amazônia, por exemplo”.
A Ponte Rio Negro foi uma obra iniciada na gestão de Eduardo Braga e inaugurada por Omar Aziz. Iniciada com preço de $ 574,8 milhões, a obra foi concluída por mais de R$ 1,1 bilhão. Ainda na gestão de Braga houve um aditivo de 50% do valor da obra licitação.
Na outra obra, da Arena da Amazônia, houve sobrepreço, mas o Tribunal de Contas da União agiu para impedir o pagamento. No entanto, a maior parte dos recursos para a arena foram pagos na gestão de Omar. A obra foi licitada por R$ 499 milhões e terminou com gastos de R$ 669,5 milhões.