Por Valmir Lima, da Redação
MANAUS – A Prodam fechou o ano de 2016 com um prejuízo líquido de R$ 10,2 milhões. Para este ano, as projeções mais pessimistas apontam para um novo prejuízo da ordem de R$ 5,5 milhões. O fechamento no vermelho preocupa servidores da empresa pública. De acordo com fontes ouvidas pela reportagem, o principal motivo dos problemas financeiros está na gestão da Prodam.
O presidente da empresa, Márcio Silva de Lira, diz que o prejuízo de 2016 não deve se repetir neste ano e afirma que ele só não foi maior porque a direção da empresa cortou despesas. “Mês passado a gente teve lucro acumulado no ano de R$ 400 mil. Já no mês de julho, a gente faturou menos do que previu. Isso nos fez, contabilmente, ter um prejuízo acumulado no ano de R$ 300 mil. Mas vamos recuperar isso no mês de agosto”, disse.
Essa recuperação, segundo o presidente, será possível porque a Prodam dialogou com todos os órgãos inadimplentes e negociou a dívida. Em alguns casos, eles vão fazer o reconhecimento de dívida. “Nós também fomos autorizados pelo Conselho da Prodam a conceder descontos de até 10%. Isso vai fazer com que a gente receba um valor que estava praticamente perdido”.
De acordo com o presidente da Prodam, a empresa ficou no prejuízo no ano passado porque seus principais clientes, o Governo do Estado e a Prefeitura de Manaus, não honraram seus compromissos. “Ano passado, nós tivemos se não o maior, um dos maiores índices de não recebimento desses dois poderes. Isso contribuiu basicamente para o nosso grande prejuízo”, disse Lira.
À Prodam, os órgãos governamentais alegaram que, com a queda de arrecadação do Estado, perderam receita e tiveram que definir novas prioridades e que tecnologia não é uma das suas maiores prioridades.
“O sistema de segurança pública sozinho acumula uma dívida de cerca de R$ 11 milhões. Aí estão incluídas a Polícia Civil e a Secretaria de Segurança Pública”, disse Lira.
Serviços sem contratos
Fontes da Prodam informaram ao ATUAL que grande parte da dívida do sistema de segurança pública é de serviços prestados sem contratos, o que dificulta a empresa de receber.
Márcio Lira confirma que existiu serviços prestados sem contratos, mas diz que está negociando com os devedores. “É isso que a gente está negociando. Lembra que eu falei de reconhecimento de dívida. Por coincidência, ontem [quinta-feira], estivemos com a Polícia Civil. O delegado-geral ciente da situação, ele na realidade, precisa fazer o reconhecimento de dívida”.
Em outras situações, segundo Lira, a Prodam tem contratos, mas, autorizada pelo Conselho Superior, decidiu não faturar para não recolher imposto sem a garantia de recebimento. “O que a gente faz? Vai ter o reconhecimento de dívida, como no caso da Polícia Civil, e, nesse momento, a gente emite a fatura e o consequente recolhimento do imposto”.
Na maioria dos casos, disse o presidente, a Prodam está prestando o serviço, faturando, mas os órgãos, especificamente a Susam (Secretaria de Estado de Saúde) e o Sistema de Segurança Pública, não estão pagando, por falta de orçamento.
Na palma da mão
A Prodam também investiu em plataformas digitais para desenvolvimento de aplicativos para smartphone que até hoje não chegaram aos usuários dos serviços. A CA Programas de Computador, Participações e Serviços Ltda., uma multinacional, foi contratada em janeiro deste ano para fornecer licenças, dar suporte técnico e treinamento para o projeto “Amazonas na palma da mão”. O contrato de R$ 5,1 milhões tem vigência de 36 meses, com garantia de desembolso mensal.
Fontes do ATUAL informaram que o projeto está praticamente parado e o contrato contribuiu para aumentar o déficit da empresa.
O presidente Márcio Lira afirma que o “Amazonas na palma da mão” está concluído. Inicialmente, ele foi desenvolvido para o sistema educacional e para o trânsito (Detran). “O projeto está em fase final de testes e será apresentado brevemente para o governador David Almeida”.
Expansão de clientes
O diretor técnico da Prodam, Daniel Tadeu Castello Branco, diz que o empresa está buscando clientes na iniciativa privada, inclusive para utilização da plataforma adquirida no contrato da CA. “Já estamos com 8% dos serviços totais da Prodam prestados à iniciativa privada e queremos até o próximo ano, chegar a 10%”.
“Essa plataforma foi adquirida porque permite que nós consigamos aumentar a nossa produtividade. A gente já conseguiu reduzir o tempo de entrega de produtos. Estamos conseguindo fazer ciclos de produtos inovadores no prazo de 45 dias. É um número fantástico e que nos torna competitivos no mercado”, disse Castelo Branco.
Apesar da previsão de pagamento mensal previsto no contrato com a CA, inclusive com o percentual a ser pago em cada parcela, o presidente afirma que trata-se de uma ata de registro de preço e que a Prodam paga apenas pelos serviços executados. “Até agora foram pagos R$ 155 mil e a maior parte desse recurso foi para treinamento de pessoal”.
O valor pago não se distancia do que está previsto no contrato. Nos sete primeiros meses (fevereiro a agosto) os pagamentos previstos somam R$ 180 mil.
O que os governantes precisam aprender é que estamos no século XXI e que hoje Tecnologia é prioridade assim como Saúde, Segurança e Educação, pois estas últimas não funcionam mais sem a primeira.
Incompetência dos gestores da PRODAM é algo surreal.
Mesmo sendo protegida por uma lei estadual, ainda sim conseguem quebrar a empresa.
E não é culpa de inadimplência, pois firmar contrato de 5,5 MILHÕES para produzir aplicativos só pode ser P-I-A-D-A.
E o que falar desse OFFICE 365 que compraram por MILHÕES em plena crise?
O Tribunal de Contas vai adorar cortar a cabeça desses dois aí.
INCOMPETENTES. Devem estar ambos com o bolso cheio, por trás dos panos.