Por Ana Carolina Barbosa, da Redação
MANAUS – O evento de oficialização do deputado federal Hissa Abrahão como presidente do diretório regional do PDT no Amazonas, ocorrido na manhã deste sábado, 3, na ALE (Assembleia Legislativa do Amazonas), foi marcado pela ausência da principal figura da legenda: o ex-prefeito Amazonino Mendes. De acordo com o parlamentar, Amazonino foi convidado, desejou boa sorte, mas preferiu “cuidar da vida pessoal e não se envolver”. Hissa aproveitou a ocasião para reforçar sua pré-candidatura à Prefeitura de Manaus, mas desconversou quando questionado sobre eventuais apoios e a composição da chapa majoritária que deverá concorrer no pleito.
Em entrevista ao AMAZONAS ATUAL, Hissa disse que não encontrou no PPS, a força que precisava para sua candidatura a prefeito em 2012, um dos fatores que o levou a ser vice na chapa do atual prefeito Arthur Virgílio (PSDB). Ele diz se sentir mais maduro politicamente para candidatar-se hoje e, ao sair do PPS e ingressar no PDT, partido mais robusto na opinião do parlamentar, encontrou os requisitos necessários para viabilizar sua campanha. “No PDT tenho uma asa maior para voar e implementar os projetos que há tanto tempos a gente vem tentando”.
Sobre eventuais erros cometidos no passado, como a superexposição quando foi eleito vice-prefeito e a saída precoce da Prefeitura de Manaus, ele disse que recebeu críticas, mas que se sente mais preparado atualmente. “Eu fiz tudo por ele, eu o ajudei”, comentou, referindo-se a Arthur, que na opinião do parlamentar, não teve a mesma boa vontade em ajudá-lo. Hissa afirma ter tido toda a autonomia para “prometer (durante a campanha), mas não teve para cumprir as promessas.
O deputado também comentou sobre a debandada ocorrida diante de sua entrada no PDT, que perdeu diversos políticos com mandato eletivo. “Eu já esperava que isso acontecesse. Os que saíram tinham ligações políticas com adversários que vão concorrer na eleição deste ano. Perdemos três vereadores e um deputado estadual, mas ganhamos um deputado estadual e um federal”, frisou. Deixaram o partido através da ‘janela partidária’ Dermílson Chagas, deputado que há anos militava na legenda, e os vereadores Francisco Jornada, Gilmar Nascimento e Luiz Alberto Carijó – os dois últimos, ocupantes de cargos na prefeitura. Além de Hissa, ingressou no PDT o deputado estadual Adjuto Afonso, que assume o cargo de vice-presidente do Diretório Regional.
Sua entrada no PDT, articulada pela executiva nacional, comandada por Carlos Luppi, teve também o empenho de correligionários do Estado, eme special, do presidente do diretório municipal, Stones Machado. “No PDT, consegui unir tradição, consistência ideológica e um projeto moderno”, disse, mencionando o senador Jefferson Peres, morto em 2008, como exemplo da visibilidade da legenda.
Apoio
Ao contrário do que circula nos bastidores políticos, Hissa negou que esteja costurando aliança com o ministro de Minhas e Energia Eduardo Braga (PMDB), alegando que a sigla do senador licenciado terá candidato próprio: o deputado federal Marcos Rotta. Diante disso, ele disse não ter predileções para uma possível aliança, já que “apoio não se recusa”.
Na próxima segunda-feira, 5, a legenda começa os contatos na busca por possíveis aliados políticos para a futura coligação. “Estamos conversando com vários partidos, mas não quero mencionar nenhum deles. Não quero me antecipar”. Ele também desconversou quando questionado se a composição da chapa majoritária será ‘puro sangue’, mas repetiu o que já disse publicamente outras vezes sobre a possibilidade de ser vice: “Não servirei mais trampolim para ninguém. Ajudei a colocar o Arthur naquela cadeira e não vou mais ser candidato a vice”. No âmbito dos proporcionais, a ideia é fazer pelo menos quatro vereadores dentro da legenda – cada um deles necessitará de mais de quatro mil votos.
Sobre o atual momento político pelo qual o País passa, com um pedido de impeachment contra a presidente Dilma Roussef (PT) tramitando na Câmara dos Deputados, ele preferiu não antecipar seu voto, mas informou que terá autonomia para seguir suas convicções, sem imposições partidárias. “Prometo que não vou esconder minha posição, até porque, o voto é aberto”