Por Valmir Lima e Rosiene Carvalho, da Redação
MANAUS – Em reuniões desde a tarde desta quarta-feira, 14, que se estenderam pela madrugada de quinta-feira, 15, o ex-governador Amazonino Mendes (PDT) conseguiu fechar alianças com três partidos de peso – PSDB, PSD e DEM – tanto pelos seus dirigentes quanto pelo tempo de televisão que podem somar para a campanha na eleição suplementar de 6 de agosto. A informação é de fontes ligadas ao ex-governador e do senador Omar Aziz (PSD), o principal articulador da aliança para lançar Amazonino candidato.
Outro partido praticamente fechado é o PR, de Alfredo Nascimento, que precisaria abortar a candidatura de Marcelo Ramos. O grupo também tenta convencer dois pré-candidatos a desistir da disputa para apoiar Amazonino: Silas Câmara (PRB) e Rebecca Garcia (PP). “Se conseguirmos trazer o Silas, a avaliação é de que a eleição poderá ser definida no primeiro turno”, disse uma das fontes.
Arthur Virgílio
No início da noite, veio a confirmação de que o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), fechou com Amazonino. Os dois posaram para fotos e as imagens foram divulgadas por aliados à imprensa. De acordo com a fonte, também já está fechado o apoio do DEM, do deputado federal Pauderney Avelino, e do PSD.
Arthur deixa o senador Eduardo Braga (PMDB) em situação complicada. Aliados em 2016 para derrotar o grupo de Omar, que tinha Marcelo Ramos como candidato à Prefeitura de Manaus, PSDB e PMDB formariam uma chapa com o maior tempo de televisão e rádio, o que é fundamental nesta eleição. Com a saída de Arthur, Braga fica apenas com o PCdoB. “Braga tem duas opções para vice: a Vanessa [Grazziotin – PCdoB] ou o Sabino [Castelo Branco – PTB)”, avalia um aliado de Amazonino.
O racha do PSDB com o PMDB também compromete o apoio que Braga vinha tentando dos prefeitos do interior do Estado. Os prefeitos conversam com os grupos de Braga e Amazonino, mas os apoios só serão fechados quando as chapas estiverem definidas. Amazonino já conversou com 59 prefeitos, incluindo o de Manaus. Mas isso não significa que ele terá o apoio de 59 prefeituras.
Tempo de TV
Os quatro partidos que as fontes dão como certos na aliança com Amazonino têm atualmente 131 deputados federais e estão entre os dez maiores partidos na Câmara Federal. O número de parlamentares na Casa é o que define o tempo de televisão dos candidatos. Eduardo Braga, que por enquanto tem aliança fechada apenas com o PCdoB, tem 76 deputados na Câmara: 64 do PMDB e 12 do PCdoB. Do outro lado, O PSDB tem 47, o PSD tem 37, o DEM tem 29 e o PDT, 19. Se o grupo conseguir o PR, são mais 39 deputados.
Revolta no PSD
As alianças em torno do nome de Amazonino vem sendo costuradas sob o comando do senador Omar Aziz (PSD), que negou o partido para o governador interino David Almeida (PSD). Em evento público nesta quarta-feira, 14, Almeida revelou que foi convidado a renunciar o cargo de governador para ser candidato a vice-governador na chapa de Amazonino. Ele reagiu. Disse à imprensa que não renunciaria para ser vice de quem era “o último da fila”.
Almeida também deixou claro que Amazonino não terá o apoio da máquina estatal, como pleiteava de Omar. Quando começou a negociar sua possível candidatura, o ex-governador chegou a dizer que só sairia candidato se tivesse o apoio do governador e de uma ampla aliança. O primeiro desejo foi por água abaixo. O segundo começa a ser atendido nesta reta final do prazo para as convenções.
As convenções
O grupo político liderado por Eduardo Braga e o que apoia Amazonino Mendes marcaram convenções para o mesmo horário, nesta sexta-feira, 18. O MPDB marcou o evento para as 9h, na quadra da Escola de Samba Unidos do Alvorada, no bairro Alvorada, zona centro-oeste. A convenção do PDT está marcada para o horário de 9h às 13h, na sede do partido, na Rua QU, conjunto Morada do Sol, no bairro Aleixo, zona centro-sul.
Dirigentes do PDT dizem que a reunião no partido cumpre rigorosamente a legislação eleitoral. Será uma convenção técnica e não um evento festivo, como costumam fazer os partidos em outras eleições. “Não terá ônibus, não terá bandeiras, não terá marmitas”, disse um desses dirigentes.