Da Redação
MANAUS – O Fundeb (Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica) teve um aumento significativo no Amazonas de R$ 288,8 milhões, o que corresponde a 49,2% no primeiro bimestre de 2018 em comparação ao mesmo período de 2017. No primeiro bimestre de 2017 foram transferidos ao Estado R$ 586,8 milhões. Agora em 2018, no mesmo período, foram transferidos mais de R$ 875,7 milhões. Para Manaus, houve um crescimento de 51,43% correspondente a R$ 62 milhões. Os valores foram divulgados pelo deputado estadual Serafim Corrêa (PSB) em audiência pública na manhã desta quarta-feira, 14, com 800 professores que reivindicam aumento salarial e melhorias na Educação.
“Nem o governo do Estado e nem os municípios do Amazonas têm mais argumentos para não melhorarem os salários dos professores. Isso é fato. Os números estão disponíveis na internet. É só acessar e você terá a oportunidade de encontrá-los”, disse o líder do PSB na ALE (Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas).
Números
O deputado acompanha os repasses do fundo desde julho do ano passado, quando foram encontradas parcelas significativas do Fundeb, denominadas ‘AJ. FUNDEB 2016’, nas contas dos municípios amazonenses. Só o Amazonas recebeu nesse determinado mês (julho/2016) mais de R$ 236 milhões e os 62 municípios um total de mais de R$ 294 milhões. “O Fundeb foi criado para melhorar as condições de ensino, principalmente as condições salariais dos professores. Depende do professor fiscalizar o Fundeb. Os números do Fundeb, retirados dos sites da transparência, mostram um crescimento de quase 50% dos recursos quando comparados com 2017. Aquele discurso que não tem dinheiro acabou. Não existe mais. Apelo ao bom senso para que se chegue a um entendimento. Vamos cuidar da Educação”, defendeu Serafim.
No ano de 2017, entraram nas contas dos municípios amazonenses quase R$ 4 bilhões de Fundeb (R$ 1.8 bilhão transferido ao Governo do Estado e R$ 2.1 bilhões aos transferidos aos 62 municípios do interior).
O presidente da Asprom/Sindical (Associação dos Professores e Pedagogos de Manaus), Lambert Melo, disse que a entidade cobrará o Estado e a Prefeitura de Manaus para aplicar esse recurso na educação. “Entendemos que em 2017 houve sobras do Fundeb e queremos que estas sobras sejam distribuídas em forma de abono aos professores. Por isso, entramos com um processo no MPF (Ministério Público Federal) pedindo investigação do Fundeb em 2017. Estamos fazendo acompanhamento das verbas, em 2018, e já sabemos que entrou muito dinheiro nas contas do governo do Estado nestes dois meses. Estamos fiscalizando as verbas e não vamos mais permitir que o governo meta a mão nessa verba”, disse Lambert.