MANAUS – Até a definição das candidaturas para a eleição suplementar no Amazonas, o deputado estadual Sidney Leite (Pros, o mesmo partido do governador cassado José Melo), nunca fez qualquer crítica aos gastos do governo ou mostrou preocupação com as contas públicas. Depois que se tornou aliado do ex-governador Amazonino Mendes (PDT), candidato a governador, Sidney apareceu nesta quarta-feira, 21, na Assembleia Legislativa com um discurso novo. Alertou para o risco de o governador David Almeida não cumprir compromissos financeiros, previstos em lei, como o enquadramento e a data base dos professores, a promoção dos policiais militares, o reajuste dos servidores da UEA e até o pagamento completo do 13° salário do funcionalismo público. Segundo o parlamentar, a estimativa de não cumprimento desses compromissos foi feita a partir da análise dos pagamentos realizados até o mês de junho deste ano, além do volume de dívidas contraídas pelo Estado. A fonte de informação foi “notícias publicadas na imprensa”, que apontam o seguinte: “do inicio deste ano até o mês de junho, o Estado empenhou pouco mais de R$ 7 bilhões e aproximadamente R$ 5 bilhões foram liquidados”. Sidney sabe que empenho é o que o ente público se compromete a pagar até o fim do ano. Portanto, não significa que a dívida deveria ter sido paga até junho. Despesas de contas de luz, por exemplo, são empenhadas no início do ano para os 12 meses, mas o pagamento ocorre mês a mês. Considerado esse fato, o governo do Estado tem folga de caixa. A receita, até agora, incluindo as transferências constitucionais, é de R$ 7.021.446.717,75. Os empenhos, R$ 7.059.578.532,87. O valor liquidado (quando o serviço é prestado e o governo precisa pagar), R$ 5.465.341.189,81. E o valor pago, R$ 4.956.832.834,37. São números desta quarta-feira, 21, do Portal da Transparência do Estado. Nesta quarta, a Sefaz divulgou o seguinte: até o mês de maio, as contas do Estado apresentaram superávit de R$ 1,220 bilhão. Quem souber fazer conta é só exercitar.