Depois de conversas com o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, o ex-deputado estadual Marcelo Ramos (PSB), agora, flerta com o PR, do deputado federal Alfredo Nascimento. No Partido da República, Ramos tem encontrado um caminho mais livre para suas pretensões de disputar a Prefeitura de Manaus em 2016. Pessoas ligadas a Alfredo informaram à coluna que o deputado não tem apresentado resistência à proposta e que as ambições de Ramos se coadunam com os projetos do PR para o ano que vem. Há duas semanas o próprio Alfredo informou à imprensa que seu partido teria um candidato para a próxima disputa eleitoral. Mas Marcelo Ramos terá que enfrentar uma ala de simpatizantes e eleitores a quem prometeu não se aliar aos representantes da “velha política” e não fechar acordos com os antigos caciques e crias do ex-prefeito Amazonino Mendes (PDT) – Alfredo foi lançado na política por Amazonino. Ou Ramos mudará de opinião e reformulará o discurso para não perder os votos “de opinião” que conquistou em Manaus nas eleições passadas para o governo do Amazonas.
Assessores otimistas
Assessores de Alfredo Nascimento estão otimistas com a possível ida de Marcelo Ramos para o PR como provável candidato para a prefeitura em 2016: “Se ele tiver uma composição boa, acreditamos que será imbatível”, afirmou um deles. O PR iniciará o debate sobre esse assunto no próximo dia 25, em um encontro regional na Assembleia Legislativa do Estado (ALE).
O peso de Michilles
Pesou na decisão do PR de flertar com um candidato como Marcelo Ramos a demissão de Humberto Michilles da Secretaria Municipal de Educação. Michilles era o maior expoente do partido na administração de Arthur Virgílio Neto (PSDB). O outro representante da legenda na prefeitura é Pedro Carvalho, da SMTU, mas que tem um perfil mais independente do partido.
Todos contra
Alfredo Nascimento e Marcelo Ramos fazem parte de um grupo que, por baixo dos panos, luta para desidratar o prefeito Arthur. Nesse meio, além dos aliados do ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga (PMDB), também estão o senador Omar Aziz (PSD), o governador José Melo (Pros), Silas Câmara (PSD) e Amazonino Mendes.
Aliado Ingrato
Amazonino até hoje não digeriu a “pernada” que levou de Arthur em 2012. Na época, o então prefeito de Manaus colocou seus secretários e aliados para apoiar o então candidato tucano, mas depois foi acusado por ele de deixar um rombo nas contas da prefeitura, o que até hoje não ficou provado pela equipe de Arthur.
Bi Garcia, o defensor
O ex-prefeito de Parintins e deputado estadual Bi Garcia (PSDB) começou nos últimos dias a ocupar a linha de frente na defesa do governador José Melo (Pros) na Assembleia Legislativa. Não é nada gratuito. Além do interesse do PSDB em função da reeleição de Arthur, Bi Garcia tem a mulher Michelle Garcia empregada no Estado, no cargo de secretária extraordinária do governador.
Mau exemplo
Veio do secretário de Educação do Estado, Rossieli Soares, o mau exemplo na capital de gestores que não prestaram contas ao Tribunal de Contas do Estado no prazo legal. Ele deixou de enviar a contabilidade do Fundo de Incentivo ao Cumprimento de Metas da Educação Básica. Outro inadimplente é Louismar Bonates, que deve as contas da Unidade Prisional do Puraquequara. Os dois secretários de Estado se entrelaçam a outros 21 gestores de municípios do interior que não entregaram a prestação de contas até o dia 31 de março.