Por Rosiene Carvalho, Da Redação
Com maioria de votos, o Governo do Amazonas conseguiu aprovar o desvio, em 2017, de dinheiro do FTI (Fundo de Fomento ao Turismo, Infraestrutura e Interiorização do Desenvolvimento do Amazonas) para pagamento de despesas de custeio. Com isso, os recursos do fundo alimentado por taxas cobradas de empresas do Pólo Industrial para investimento em infraestrutura e incentivo à produção rural no interior do Amazonas poderá ser usado para cobrir despesas nas áreas administrativas e de saúde.
O placar para aprovação da Mensagem do Governo foi de 12 a 7. Votaram a favor os deputados Abdala Fraxe (PTN), Adjuto Afonso (PDT), Auguto Ferraz (DEM), Belarmino Lins (Pros), Carlos Alberto (PRB), David Almeida (PSD), Francisco Souza (), Josué Neto (PSD), Orlando Cidade, Ricardo Nicolau (PSD), Sabá Reis (PR) e Serafim Corrêa (PSB).
Votaram contra a proposta do governo os deputados Bi Garcia (PSDB), Bosco Saraiva (PSDB), Cabo Maciel (PR), Dermilson Chagas (PEN), José Ricardo (PT), Luiz Castro (Rede) e Platiny Soares (DEM). Estavam ausentes na hora da votação Alessandra Campêlo, Vicente Lopes e Wanderley Dallas, todos do PMDB, Sidney Leite (Pros) e Sinésio Campos (PT). Apenas Alessandra Campêlo justificou a ausência em função de embarque para viagem a Brasília.
Diferente do que ocorreu no ano passado, quando o Governo aprovou com facilidade e sem resistência a mesma proposta com efeito retroativo para as despesas do exercício de 2015 e para o ano de 2016, na manhã desta terça-feira a votação do projeto foi polêmica, recebeu críticas, votos contrários da base e pedidos de vistas não aprovados.
Foi mais de uma hora de discussão, em que, mais uma vez, deputados da base reforçaram vozes da oposição de críticas ao Governo Melo.
A votação também foi marcada pela ausência dos deputados do PMDB, Vicente Lopes e Wanderley Dallas, além do deputado e presidenciável Sidney Leite (DEM). Sidney há cerca de um mês era secretário de Estado de Produção Rural, pasta que lida diretamente com os problemas e anseios do setor primário do interior do Estado.
Há 15 dias o projeto foi retirado de pauta. A principal reclamação da oposição e de deputados da base insatisfeitos com o Governo José Melo era que o Executivo não prestou contas de como usou o recurso nos dois últimos anos e por isso não podiam assinar novo cheque em branco por mais dois anos. A proposta inicial era que o uso do FTI para cobrir despesas fosse autorizado até 31 de dezembro de 2018.
O deputado Luiz Castro sugeriu que ao menos se reduzisse o período do projeto de lei para autorização do recurso apenas em 2017. O líder do governo David Almeida fez a emenda e o projeto foi levado a votação nesta terça-feira.
Belão conduziu
Quando os deputados manifestaram mais uma vez críticas ao projeto e tentativa de tirá-lo de pauta, o presidente da ALE, Josué Neto, como é quase praxe em votações polêmicas, cedeu a presidência da sessão ao deputado e vice-presidente, Belarmino Lins, que conduziu as discussões “com pulso firme” em favor do Governo por mais de uma hora.
Deputados da base que votaram contrários ao Governo ponderaram que, caso os deputados do PMDB estivessem presentes na votação, poderiam ter imposto uma vitória mais constrangedora a José Melo. Isso porque consideram que o placar da votação seria 12 votos a 10.