BRASÍLIA – Após ser reconduzido à presidência nacional do PSDB neste domingo, 5, o senador Aécio Neves (MG) fez um discurso inflamado sinalizando que o partido vai trabalhar para pôr fim ao governo da presidente Dilma Rousseff. Sem falar a palavra impeachment, Aécio afirmou que a oposição “não esmoreceu” e que o PSDB pretende dar uma resposta “responsável e corajosa” à sociedade.
Em sua fala, o tucano acusou o PT de montar um “modos operandi” no qual “vale tudo” para continuar no poder, e que isso colocava sob suspeita os recursos recebidos pela campanha que elegeu Dilma e o vice-presidente, Michel Temer, no ano passado.
“Os sucessivos escândalos que aí estão consolidam a ideia de que se instalou no Brasil um modos operandi organizado e sistematizado em que vale tudo para se manter no poder, e que agora coloca sob gravíssima suspeição a campanha que elegeu a atual presidente da República e seu vice”, disse.
Em diversas oportunidades, Aécio sugeriu que Dilma deixaria o governo antes de 2018, quando estão previstas as novas eleições presidenciais. “Ao final do seu governo, que eu não sei quando ocorrerá, talvez mais breve do que alguns imaginam, os brasileiros terão ficado mais pobres”, afirmou.
Golpistas
O senador afirmou também que não está conversando com o PMDB sobre a possibilidade de uma aliança caso a presidente Dilma Rousseff seja alvo de um impeachment. “Não cabe ao PSDB antecipar a saída da presidente. Não somos golpistas”, disse o tucano.
Apesar de afirmar que o desfecho da crise política “não depende do PSDB”, Aécio disse em entrevista na saída do ato que o partido “está pronto para assumir sua responsabilidade”.
Em um evento marcado por discursos inflamados do próprio Aécio e de outros tucanos, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso acusou o PT de “quebrar o Brasil” e deixou claro que o PSDB vive hoje a expectativa concreta de chegar ao poder antes de 2018. “Estamos prontos para assumir o que vier pela frente”, afirmou.
“Precisamos ir até o fim para que o Brasil seja passado a limpo” enfatizou FHC. Em outros discursos realizados durante a convenção, tucanos e aliados defenderam novas eleições e o fim do governo Dilma.
(Atualizado às 16h20)
(Estadão Conteúdo/ATUAL)