MANAUS – O candidato da coligação Renova Amazonas, David Almeira (PSB), montou uma trincheira jurídica no TRE-AM (Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas) que, pela primeira vez na história do Estado do Amazonas, resolveu atropelar os institutos de pesquisa e impedir que as pesquisas de intenção de voto sejam divulgadas. O plano tem apresentado resultados, e nem institutos sérios como a Action Pesquisas de Mercado escaparam.
A empresa de Afrânio Soares tem acertado todos os resultados de pesquisa de intenção de voto nas últimas eleições no Amazonas. Nesta sexta-feira, foi surpreendida com uma decisão judicial que impede a divulgação do resultado do trabalho realizado nos últimos dias, e que seria conhecido no domingo próximo.
Um dos argumentos dos advogados da coligação, como em outras pesquisas brecadas por juízes eleitorais, é que a empresas de pesquisa não apresentou no documento de registro no TRE-AM o disco em forma de pizza com os nomes dos candidatos. Esse disco é apresentado ao eleitor na simulação estimulada, em que o pesquisado é convidado a escolher um dos candidatos ou branco/nulo.
Outro argumento: “Ausência de ponderação quanto ao grau de instrução e nível econômico dos respondentes”. Afrânio Soares, proprietário da Action, afirma no pedido ao TRE que “não serão realizadas nenhum tipo de ponderação por não haver dados oficiais relativos ao eleitorado atualizado para aplicação na amostra”. Os dados do IBGE, segundo ele, são de 2010 e os dados sobre o eleitorado atualizados disponíveis no TSE não apresenta esse tipo de ponderação quanto ao grau de instrução e nível econômico.
Também argumentam os advogados “simulação do segundo turno de maneira tendenciosa”. Ora, no questionário há quatro simulações de segundo turno, com o primeiro colocado nas últimas pesquisas de intenção de voto e os três que aparecem entre a segunda e a quarta colocação. Inclusive, David Almeida é o primeiro nos questionário a ser testado na simulação de segundo turno com Amazonino Mendes.
O juiz acatou o pedido dos advogados da coligação, assim como fez com outras pesquisas. Na decisão erra, inclusive, o número de registro da pesquisa. A pesquisa cadastrada sob o número AM-08614/2018, citado na decisão contra a Action, é, na verdade, da pesquisa registrada pela empresa J J Coelho-ME/Instituto Phoenix & Associados. A da Action foi registrada sob o número AM-06756/2018.
Como diz o título, os advogados, alguns vindos do Paraná, querem ensinar os amazonenses a fazer pesquisa. Mas é um instituto de fora e bem conhecido dos brasileiros quem tem errado grosseiramente os resultados das urnas por aqui.
Clique aqui para ver o questionário da pesquisa da Action e julgar se ele é tendencioso ou não.