MANAUS – A advogada Camila Uiara Vieiralves e outra colega de profissão que a acompanhava durante visita a um cliente preso no Compaj (Complexo Penitenciário Anísio Jobim) ficaram detidas por quase quatro horas no presídio por suspeita de repassar dinheiro a um detento. De acordo com a versão da Seap (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária), a advogada entrou para a sala de entrevista com o detento Josias Silva de Souza, condenado por roubo, e ao deixar o local, os agentes penitenciário fizeram uma revista no preso e encontraram R$ 300.
A advogada e o detento negaram a versão dos agentes penitenciários. O presidente da Procuradoria Regional de Defesa das Prerrogativas dos Advogados da OAB do Amazonas, Alan Johnny Feitosa Fonseca, disse que foi o detento quem tentou entregar o dinheiro a Camila Vieiralves, mas ela recusou-se a aceitar. O dinheiro, segundo a versão da OAB, era para que a advogada solicitasse a transferência de Josias para um presídio do interior do Estado.
Depois de ficarem detidas no Compj, as advogadas foram levadas para a sede da OAB, onde foram ouvidas e prestaram esclarecimentos. Fonseca disse que a OAB-AM vai processar o Estado e a Seap por crime de abuso de autoridade e constrangimento ilegal, porque as advogada Camila Uiara e Erica Oliveira Gomes ficaram detidas no presídio desde 15h até 19h.
As entrevistas de advogados com presos estavam suspensas desde a primeira semana de janeiro, quando foram registradas 64 mortes, na maior chacina ocorrida em presídios do Estado e a segunda maior do Brasil. Mas nesta terça-feira, 24, o juiz Luís Carlos Valois autorizou a entrada das advogadas Camila Uiara e Erica Oliveira para visitar o preso Josiel Silva de Souza.