O megaempresário Abílio Diniz, dono da cadeia de supermercados Pão-de-Açúcar, desportista nota dez e colunista do UOL, publicou uma conversa com outro craque dos esportes, o Paulo Vinícius Coelho (PVC), estudioso e, talvez, o melhor comentarista de futebol do nosso Brasil dos panelaços. Os dois viajaram por um universo em que todo brasileiro é PhD.
Ambos passaram por mim dentro de um caça desses que o Brasil pensa em comprar e não compra. A dupla é muito boa na matéria futebol. Eu li – porque todo mundo que gosta de futebol, tem a obrigação de ler – o livro do PVC, Tática Mente, e fiquei muito satisfeito com o conteúdo. Só faria uma observação ao PVC: verifique com seus talentosos e apurados sentidos o posicionamento do Antognoni. Esse italiano, com um futebol e uma garra sem tamanho, ganhou do Brasil e os louros da vitória foram, sem muita briga, para o “Bambino D’Oro” Paolo Rossi. O Antognoni, do hino à final da partida, não subiu para o ataque, evitou passar do meio do campo e destruiu todas as boas jogadas do Brasil, que iniciavam com Zico, Sócrates, Júnior e Éder pelo lado esquerdo. O PVC deveria ter uns 10 anos e, com muita sorte, não viu aquele jogaço, onde venceríamos por três vezes, e choramos todos, na quarta. Ganharíamos o jogo e a passagem de fase, no 0x0, no 1×1 e no 2×2. O endeusado Telê, e era bom mesmo, deixou o time ir embora e perdeu, sozinho, de 3×2. O Giancarlo Antognoni apareceu por aqui, com o Murilo Rayol. Fiquei com muita vontade de tocaia-lo e descer uma borduna na cabeça do nosso algoz. Pensei bem e dei-lhe um abraço. Craque é craque. Rimos muito e a noite foi maravilhosa, como são o arrebol e as noitadas na Policlínica Rayol. O Antognoni, cansado desde 1982, saiu da Policlínica inteiramente rejuvenescido, pronto para vencer mais uma Copa do “despombalecido” futebol brasileiro.
Ao Abílio Diniz só me resta a indicação e o voto para suceder Nuzman ou Roberto Gesta no Comitê Olímpico Brasileiro. Os dois desportistas, com a ajuda luxuosa do nosso governador e do nosso prefeito, trouxeram para a minha terra o poder de usar os títulos, conjuntamente, de Cidade Olímpica e Cidade da Copa. São pouquíssimas as cidades do mundo que podem usar esses dois títulos.
Abílio e PVC pensam e estudam muito sobre o que escrevem no UOL.
E o futebol brasileiro que começa a definir os campeões das grandes equipes do sul e sudeste?
No Rio, Flamengo, Botafogo, Vasco e Fluminense entram na reta final e todos os rubro-negros esperam que o Luxemburgo escale, ou deixe fora do banco, o Paulinho, que revive os grandes meias-direitas, com dribles de ponta. Em São Paulo, vejo o Santos com um futebol de velocidade, talento e muitos erros no passe. O passe, hoje, é fundamental para a construção de uma grande equipe. A tomada de bola, em erro de passe, é quase mortal.
Vamos para esse fim de semana na esperança que os temporais, e os árbitros, permitam que o Brasil volte a ver um futebol de primeira, em solo brasileiro.
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Roberto Caminha Filho, economista e nacionalino, é fã de carteirinha do Abílio Diniz e do PVC.