Por que apenas 20 clubes em um país de 220 milhões de habitantes? Por que não temos o futebol feminino, olímpico, em um país em que sobram times de futebol feminino nas periferias das grandes cidades?
Essa sobra de patrocínio só serve para a prisão dos nossos dirigentes? Por que um dirigente que não pode dirigir? Será por medo de ser preso nos aeroportos? Estão todos os presidentes da CBF presos em vários lugares do mundo. No Brasil, inclusive.
Por que o Presidente da CBF não pode ser eleito, em dia 4 de outubro, pelos eleitores com título de eleitor?
Eu sou de um tempo em que o Brasil inteiro ia ao seu estádio nos dias de domingo. Eu via e sentia uma população movimentada em seus diversos setores. Eram as cozinheiras, as serventes, os taxistas, os macumbeiros, os fogueteiros, os vendedores de bandeiras e faixas, as empresas de ônibus, as bilheteiras, os enfermeiros, os médicos, os maqueiros, os picolezeiros, os sorveteiros, os laranjeiros, os bombonzeiros, os fazedores de papagaios, como o Russo e o Geraldo.
Nos dias de jogos, o Nacional fervilhava de gente, ávidos pela compra de camisas, que ainda não existiam, uma faixa, uma bandeira e tudo para ser comprado. Os papagaios eram do Naça, do Negão e do Fast, pois o jogo era contra os “times de fora” e valendo pelo brasileirão.
Vejam os campeonatos nacionais dos outros países. Todas as cidades da Alemanha, da Itália e da Espanha, jogam no domingo. Os canais de esporte nos agridem com tantos jogos bem vendidos por suas federações e confederações. Até quando assistiremos a essas aulas de marketing no futebol e os nossos gangsters da CBF e outros helicópteros com drogas, passarão a vida apreciando aos milhares de crianças jogarem seus sonhos pelas janelas, enquanto gastam o dinheiro do povo com barcos, jatinhos, mulheres bem pagas e advogados de primeira, para retirá-los das mais famosas prisões. Só o FBI enxerga isso?
As invenções devem começar logo! O Campeonato brasileiro da série especial deveria começar como a Copa do Mundo. Os campeonatos estaduais deveriam ser o ponto de partida. Seis clubes por Estado da República Federativa do Brasil. Jogariam em regiões, como na Copa do Brasil. O que sobrasse, e seriam uns quarenta, teria a representatividade nacional.
O Campeonato Brasileiro difere, em tudo, dos estrangeiros: representatividade, qualidade, organização, e público nos estádios. Em que o Vasco da Gama, o Botafogo, o Chapecoense, o Avaí e o Internacional de Porto Alegre são melhores que o Paysandu? Em absolutamente nada. Somos todos medíocres.
O Brasileirão não representa o Brasil em nada. É o que de melhor existe para o Clube dos 13 faturar um “pixuleco”, juntamente com a TV Globo. Por que não estender o “pixuleco” para as outras regiões do Brasil. A Lava-Jato, por ser uma Operação do Sudeste, também não deu nenhum “pixuleco” para o pessoal do Norte e do Centro-Oeste. Uma discriminação ainda não entendida pelos cidadãos destas regiões. Deveria sobrar Papuda para todos ou para nenhum.
O Gás sai de Coari, vai para São Paulo, São Paulo não tem nem água, mas é o maior arrecadador de ICMS de petróleo do Brasil, por isso, o maior produtor de petróleo, sem ter petróleo, e prendem só o Adail. Assim é o Brasil: um samba para o Crioulo Doido ficar bon-zi-nho.
O Brasil de chuteiras é uma grande fábrica de trabalho, emprego e renda. Por que só para o Sul e Sudeste? A CBF, entidade criadora de gangsters desportistas, não é uma Confederação Brasileira? As vinte equipes que na elite do futebol brasileiro se encontram não são tão melhores que os quatro times da Segunda Divisão. O Vasco é melhor que o Botafogo? O Internacional é melhor que o CRB? O Fluminense é tão grande que deixe o Santa Cruz na segundona? Se forem melhores, a elite só tem dois clubes que sobrevivem fora do Sul e do Sudeste: O Sport e o Goiás. Só 10% do Brasil está fora do eixo Sul/Sudeste. E a Amazônia? Somos mais de 50% do imenso Brasil. Que coisa! É um outro e esquecido Brasil que teve suas vagas negociadas no tempo de um Nabi Abi Chedid, dirigente do Bragantino e Chefe da Delegação Brasileira na Copa do México. A segunda. Tudo feito para São Paulo. Entre os dez clubes deste Brasileirão 2015, São Paulo tem quatro representantes. Para quatro representantes na Liberadores, o estado de São Paulo tem três. Isso é Brasil?
O futebol brasileiro é o único futebol da América do Sul nivelado por baixo, pela idade dos seus atletas, pelo preparo físico dos jogadores, pelos seus preparadores e pela excepcional fraqueza dos nossos “Professores”, onde o Vanderlei Luxemburgo pontifica como o grande enganador do segmento. O Luxemburgo está sendo enxovalhado em todos os programas sobre futebol pela sua desprezível retórica de “palestrante” e sempre falando da implantação de um “projeto”. Eu imagino um projeto feito pelo Luxemburgo com o seu pouco estudo. Se alguém fez para ele, o próprio Luxa não sabe lê-lo, para, logo depois, persegui-lo.
Chegou a hora de um presidente de federação do norte ou do nordeste subir no cavalo de Dom Pedro e gritar por, como dizem os portugueses, corretamente: “Inter-dependência ou morte seja a nossa divisa”
Então, simplifiquemos, o Brasileirão deve ser do Brasil inteiro. Todas as unidades da Federação deverão apresentar seus 4 ou 6 melhores clubes para a CBF. A CBF, sem a intervenção da CIA, do FBI e sem o James Bond como o inglês interventor, faz um torneio classificatório, desses que já existe modelo no Google. Desse torneio, verdadeiramente brasileiro, sairão 30 ou 40 clubes para um Brasileirão em moldes diferentes deste que estamos acompanhando. Há algum tempo vemos os jogos finais, torcendo pelas últimas classificações. Brasileiro torce assim? Aconteceu alguma coisa boa com essa fórmula? Também devemos melhorar o preparo físico dos árbitros, todos amadores, para que acompanhem o preparo dos jogadores. É bom lembrar que não existe um jogador deste Brasileirão que esteja como titular da Seleção Brasileira. O Lucas Lima, do Santos, está sendo testado no lugar do “inglês” Oscar, um medíocre.
Esse futebol “chinfrin” ou é de todos ou não é de ninguém. Se não sabem fazer a coisa certa, entreguem para o FBI.
Roberto Caminha Filho, brasileiro, economista e nacionalino, não vê nada de mais, nem de menos, nos novíssimos e nos veteranos jogadores do sul do Brasil.