Tal como 2013, o ano de 2014 tem todos os ingredientes para vir a ser um ano épico, principalmente na área de segurança pública.
O ano passado exigiu bastante das forças e órgãos atuantes na segurança pública. Basta lembrar dos grandes eventos ocorridos, como a copa das confederações. A “guerra” que vitimou muitos policiais em São Paulo. Rebeliões em presídios. E o mais difícil: assegurar o direito à manifestação dos participantes em protestos cívicos, que tomaram conta do país em 2013, monitorando e reprimindo aqueles que neles se infiltram para praticar crimes e outros atos ilícitos.
O novo ano iniciou com uma marca histórica: vários policiais foram assassinados, em São Paulo, nesses primeiros dias de 2014. É preciso mudar a forma e a dinâmica de combate ao crime e às organizações criminosas para se obter resultados satisfatórios à segurança da sociedade brasileira. Outro marco desse ano: diversas inaugurações estão previstas por todo país, referentes tanto às obras da copa do mundo quanto da agenda social e econômica dos governos estaduais e federal, as quais deverão ser asseguradas a atuação dos órgãos de segurança, tanto de policiamento preventivo quanto investigativo. A copa de futebol da Fifa, no Brasil, será um evento internacional que lançará o país em ostensiva visibilidade em todo mundo, inclusive sua estrutura de serviços, incluindo os de segurança pública. Da mesma forma, não é preciso ser nenhum gênio para lembrar que rebeliões em presídios, ações delituosas fora deles, orquestradas por facções criminosas, e outros eventos atentatórios à ordem pública podem ocorrer, potencializando a exposição de certas fragilidades do país, o que demanda ainda mais atenção das forças de segurança pública e das administrações carcerárias.
Por outro lado, a atuação de organismos de segurança será também essencial para lidar com possíveis ações delinquentes de bandos, quadrilhas e outros grupos que se infiltrem em legítimas manifestações populares, e cujas ocorrências, em 2014, não podem ser descartadas. Pelo contrário, devem merecer bastante atenção se considerarmos as articulações por meio das redes sociais.
A realização de eleições gerais, no Brasil, tem demandado corriqueiramente a atuação reforçada de órgãos de segurança pública e das forças armadas, além da ampliada atenção do ministério público e do judiciário. Contudo, a insegurança no campo político é também pelo que não foi feito em termos de dar à política maior qualidade e transparência, além de legitimidade. Apesar de toda a crise de representatividade, de idoneidade e de credibilidade na qual estão atolados, os ditos “políticos” deixaram de fazer, mais uma vez, a devida reforma política, de modo a alcançar os mandatos, os partidos e o financiamento das campanhas para a próxima eleição, nesse ano de 2014. Com isso, só restarão os limitados efeitos da lei da “ficha limpa”, que já nem surte tanto efeito assim, sendo, portanto, a urgente reforma política também uma questão de segurança pública, lançada à próxima legislatura.
Enfim, o cenário está montado para 2014. Um novo espiral de acontecimentos e realizações num ritmo histórico acelerado e intenso. Que todos estejamos seguros e em paz. E que esse épico ano seja a transição para tempos melhores.
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